Boa forma
Felipe Monteiro/TV Globo
Bruna Marquezine (Mari) em cena de I Love Paraisópolis; mocinha é praticante de Krav Maga
As cenas de ação da personagem Mari (Bruna Marquezine) em I Love Paraisópolis, novela das sete da Globo, mostram golpes rápidos e certeiros da mocinha, geralmente aplicados em homens bem maiores do que ela. Após cada feito, a protagonista sempre faz questão de dizer que o nome da técnica utilizada é o krav maga, uma luta desenvolvida pelo Exército israelense.
A possibilidade de aprender uma luta e, de quebra, ter como inspiração o corpo de Marquezine, fez com que as mulheres aumentassem a busca pelas aulas. "Cresceu muito o número de ligações e e-mails de mulheres procurando aulas. Cerca de 70%, depois do início da novela", conta Avigdor Zalmon, instrutor-chefe e responsável pelo ensino do krav maga no Estado de São Paulo. Em cada aula, é possível perder até 600 calorias, além de trabalhar o fortalecimento dos músculos e a resistência.
Ainda de acordo com o professor, que já foi instrutor do ator Domingos Montagner, intérprete de Miguel em Sete Vidas, parte do sucesso tem a ver com o carisma da atriz, que tem se mostrado uma verdadeira embaixadora da técnica. "A Bruna, além de treinar, faz questão de falar o que é o krav maga, que deve ser usado como defesa, que mudou a vida dela", lembra. Marquezine já falou sobre a técnica nos programas Mais Você e Encontro.
Marquezine aplica golpe de autodefesa em Caio Castro (Foto: Ariane Ducati/TV Globo)
Como funciona
Krav maga não é considerado uma luta, mas sim uma técnica de defesa pessoal, que usa movimentos rápidos para cessar qualquer tipo de agressão. "A técnica era considerada a arma secreta do Exército israelense e começou a ser ensinada para os civis em 1964. Foi trazida para o Brasil só em 1990, então é algo ainda recente por aqui", conta o instrutor.
A ideia é que até pessoas com porte físico menor sejam capazes de derrubar o oponente, a exemplo das cenas em que o grandalhão Jávai, personagem de Babu Santana, foi nocauteado por Mari na novela. "Isso explica a procura tão grande por mulheres e até crianças. Temos exemplo de alunas que nos procuraram porque sofriam agressão física, violência doméstica, e até crianças vítimas de bullying", relata Zalmon.
Por ser uma modalidade reconhecida como autodefesa, não existem campeonatos e nem competições de krav magá, mas a dinâmica das aulas se assemelha à das outras artes marciais. Os alunos fazem a preparação com corrida em volta do tatame, alguns exercícios de fortalecimento _como abdominais e flexões_ e depois partem para o ensinamento dos golpes, feito em duplas.
"As aulas têm uma hora de duração e recomendamos a frequência de dois dias por semana", explica. Nas academias com instrutores formados pela federação, os únicos autorizados a transmitir a técnica no Brasil, o valor mensal do curso é de R$ 190.
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