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Telespectador perde

Record, SBT e RedeTV! preparam corte de sinal e armam guerra contra a TV paga

Divulgação/Igreja Universal

Edir Macedo em evento da Igreja Universal: bispo é árduo defensor da cobrança de sinal digital - Divulgação/Igreja Universal

Edir Macedo em evento da Igreja Universal: bispo é árduo defensor da cobrança de sinal digital

DANIEL CASTRO

Publicado em 14/2/2017 - 5h44

A briga entre a Sky e a Fox foi só um aperitivo do que executivos de três das maiores redes do país preveem para os próximos meses. Unidas na Simba, uma empresa criada no ano passado após aprovação do Cade, Record, SBT e RedeTV! planejam começar a cortar seus sinais das operadoras de TV por assinatura em abril, após o apagão analógico em São Paulo, maior mercado do país. Advogados de ambas as partes já se preparam para uma guerra que deve terminar nos tribunais.

Nesta semana, a Simba começou a enviar às operadoras uma proposta comercial. No documento, informa que, com o fim da TV analógica, a legislação permitirá às redes abertas cobrarem pelos seus sinais digitais e que, por isso, já quer abrir negociações em nome de Record, SBT e RedeTV!.

Juntas, as três redes detêm 19,7% da audiência de todos os canais, entre abertos e pagos, no cabo e no satélite, de acordo com dados de dezembro. Mais relevantes do que elas, só a Globo (30,7%). Os canais da Fox, que geraram centenas de ameaças de cancelamento de assinatura à Sky na semana passada, tiveram 3,43% da audiência da TV por assinatura em dezembro.

As emissoras de TV já sabem que as operadoras irão recusar qualquer negociação para pagar pelos sinais abertos, que são gratuitos. As operadoras estão dispostas a pagar para ver o que acontecerá, uma vez que estar na casa do assinante de TV por assinatura, quase 30% da população do país (e justamente a mais rica e educada), também é importante para as redes abertas, que vivem de publicidade.

Todas as operadoras, das gigantes Net e Sky às nanicas, foram contra a aprovação da Simba, joint venture das três redes, durante processo no Cade (Conselho Administrativo de Direito Econômico), no ano passado. Seus argumentos vão do caráter gratuito da TV aberta, que são concessões públicas, ao desequilíbrio econômico e ameaça à concorrência.

As emissoras abertas também estão dispostas a pagar para ver se as operadoras resistem à perda de clientes, que exigirão seus sinais. Elas se sentiram fortalecidas com a posição da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de que, para compensar a saída da Fox, a Sky deveria oferecer novos canais similares ou reduzir o preço da mensalidade paga pelo assinante.

Executivos da Record, SBT e RedeTV! dão como certo que não haverá acordo com as operadoras e que, em abril, suas frequências serão cortadas em São Paulo, onde opera a Net, a maior do país. A Net, uma das maiores opositoras da aprovação da Simba no Cade, já sinalizou que não aceita pagar pelos sinais abertos.

O corte na TV paga ocorrerá assim que o sinal de TV analógico, cuja distribuição é obrigatória e gratuita no cabo, for desligado na Grande São Paulo, o que está previsto para 29 de março. Depois virão Goiânia (31 de maio) e as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Fortaleza e Belo Horizonte (26 de julho). Em um primeiro momento, o corte de sinal será apenas na Grande São Paulo.

Os dirigentes das TVs abertas têm um "padrinho" muito forte: o bispo Edir Macedo. O dono da Record, segundo altas fontes, está convencido de que é justo as operadoras pagarem por seus sinais de alta definição, uma vez que já remuneram a Globo, e de que essa receita é relevante _as redes estimam que podem faturar de R$ 360 milhões a R$ 1 bilhão por ano.


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