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Mudança na carreira

Apresentadora relata a dor e a alegria de se demitir da Globo após 19 anos

Reprodução/TV Globo

Flavia Freire no SPTV 1ª Edição de 28 de janeiro, o último telejornal que apresentou na Globo - Reprodução/TV Globo

Flavia Freire no SPTV 1ª Edição de 28 de janeiro, o último telejornal que apresentou na Globo

DANIEL CASTRO

Publicado em 13/2/2017 - 5h32

Apresentadora do tempo do Jornal Nacional entre 2008 e 2013, Flavia Freire surpreendeu jornalistas e telespectadores na semana passada ao pedir demissão da Globo. Afinal, por que abrir mão de uma carreira na principal emissora do país após 19 anos de casa? "Estou indo realizar o sonho da minha vida", justifica Flavia, de mudança para Portugal, onde irá morar com o marido e o filho _e pretende engravidar novamente. "Por isso pedi para não renovarem o contrato".

A jornalista diz que agora está "feliz" e "leve", mas deixar a Globo não foi uma decisão fácil. Pelo contrário. "Quando comecei a pensar na possibilidade [de pedir demissão], doeu muito. Como jogar 19 anos para o alto? Era tudo o que eu tinha, tudo o que construí. Venho trabalhando esse desapego há meses, e eu sofri muito. Eu amo contar histórias, mudar a vida das pessoas,  ter o poder de ajudar as pessoas".

Flavia conta que, apesar de ser "muito família", sempre colocou a profissão em primeiro lugar. Por isso, retardou ao máximo possível a maternidade que tanto sonhou. Em 2014, se apaixonou e se casou com Miguel Roquette, um empresário português, dono da Quinta do Crasto, membro de uma família tradicional do mercado de vinhos.

Pelo sonho de ser mãe, recusou o convite da Globo para apresentar o Hora 1, no final de 2014. Logo depois, engravidou. "Tive meu filho com 40 anos. Os médicos me falavam 'Ou você tem agora ou poderá encontrar problemas para engravidar mais para a frente'. E eu perdi duas gravidezes, logo no comecinho. Eu queria muito ser mãe. Por isso eu disse não [ao Hora 1]", revela.

Flavia passou parte da licença-maternidade com o marido em Portugal. Ao voltar, deixou de ser a primeira opção para substituir os apresentadores dos telejornais locais de São Paulo. Ela diz que não foi uma retaliação da emissora pela recusa ao Hora 1.

"Quem pediu para ir para a reportagem fui eu", diz. "Quando eu voltei [de licença-maternidade], perguntei para os chefe e eles disseram 'Nada mudou'", sustenta. "Sempre fui valorizada na Globo".

Flavia como  marido, Miguel, e o filho, Matheus (Reprodução/Instagram)

Mas a demissão seria inevitável, já estava no horizonte da jornalista. "Ele [Roquette] veio para cá por minha causa, sabia que eu amava minha profissão. Mas era uma questão de tempo, uma hora eu ia tomar uma decisão [de pedir demissão]", diz.

"Até uma certa idade a gente se dedica à profissão. Sempre coloquei a profissão em primeiro lugar, mas quando você tem um filho sua cabeça muda. E tem a questão do país, a violência, dá um medo. É claro que poder levar o filho para um lugar mais seguro pesou muito", confessa.

Flavia ainda não sabe o que será de seu futuro profissional, tem consciência de que poderá nunca mais apresentar um telejornal. Não descarta a possibilidade de continuar no jornalismo _nem a de trilhar outro caminho, como virar empresária.

Por enquanto, ela só quer saber de férias sabáticas. "As pessoas não acham possível que depois de 19 anos você possa arriscar. Eu tive essa oportunidade e estou indo realizar um sonho, o sonho da minha vida. Tenho plano de ter mais um filho", revela.

Flavia começou a carreira em 1998, na TV Globo de Brasília, e logo chamou a atenção dos chefes do jornalismo, que a transferiram para São Paulo. Foi repórter e apresentadora eventual do SPTV, do Bom Dia São Paulo, do Antena Paulista e do Jornal Hoje. Passou pelo Globo Esporte de São Paulo e, em 2008, assumiu o mapa-tempo do JH e do Jornal Nacional, função que ocupou até 2013.


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