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Quibi

'Netflix dos celulares' vem com 175 programas e mais de 8 mil episódios

Reprodução/CES

Jeffrey Katzenberg, fundador do Quibi, com imagem de Kevin Hart ao fundo durante painel na CES 2020

Jeffrey Katzenberg, fundador do Quibi, com imagem de Kevin Hart ao fundo durante painel na CES 2020

JOÃO DA PAZ

Publicado em 10/1/2020 - 5h05

Em abril, o mercado do entretenimento vai ganhar um novo streaming, exclusivo para celulares. Chamado de Quibi, o serviço disponibilizará séries, filmes e atrações diversas ao assinante. A empresa passou nesta semana pela CES 2020, a maior feira de tecnologia do mundo, para contar as novidades: em um ano, serão lançados 175 programas e mais de 8 mil episódios. Tudo com grandes nomes de Hollywood por trás dos projetos.

"Netflix dos celulares", o Quibi (pronuncia-se "cuibi") chega primeiro nos Estados Unidos, para depois se espalhar pelo mundo. Cheio de diferenciais, como a possibilidade de os clientes verem determinados programas com o celular na vertical (em pé) ou na horizontal (deitado) e episódios curtos, com duração máxima de dez minutos, o streaming tem chamado a atenção de investidores.

Durante a feira realizada em Las Vegas, Jeffrey Katzenberg, fundador da plataforma, e Meg Whitman, a diretora-executiva, anunciaram que o inventário de um ano de propaganda já foi comercializado, o que rendeu para a empresa um total de US$ 150 milhões (R$ 613 milhões). E uma nova rodada de vendas de comerciais está prestes a começar.

Empresas tarimbadas compraram a ideia do Quibi, como a cervejaria AB InBev (dona da Budweiser, Brahma, entre outras), o conglomerado Google, a indústria de alimentos PepsiCo e companhia de bens de consumo Procter & Gamble.

O Quibi usou uma propaganda do refrigerante Mountain Dew, da PepsiCo, para mostrar como funciona o esquema de ver um vídeo de várias formas. Confira:

Haverá duas versões de assinatura, uma com anúncios (US$ 4,99, ou R$ 20,39) e outra sem (US$ 7,99, ou R$ 32,65). Quem escolher a mais barata será obrigado a ver as propagandas, de curta duração, sem a possibilidade de cortá-las.

Com o Quibi, os produtores de conteúdo tiveram em mãos uma ferramenta exclusiva, para contar suas histórias de um modo inovador, como pode ser visto no vídeo abaixo. O celular deitado apresenta a cena de um programa naquela versão (cinematográfica) tradicional que se vê em outros tipos de vídeos. De pé, a imagem é do próprio celular do personagem em questão. Veja:

Hollywood em peso

Em entrevista para o canal da Bloomberg, a dupla de executivos Jeffrey Katzenberg e Meg Whitman revelou quais são os planos do Quibi: "Não estamos competindo com a TV", esclareceu ele.

Meg completou dizendo que o objetivo do app é fazer com o que o assinante veja os vídeos ao longo de um dia, nas pequenas pausas que porventura apareçam entre uma tarefa ou outra. Ou quando se espera por alguém, por exemplo.

Eles apostam no modelo único do Quibi para atrair clientes. Fato é que a plataforma já seduziu grifes de Hollywood, que estão fazendo os 175 programas que serão lançados a partir de abril. Meg explicou para a Bloomberg o que sua empresa tem de tão diferente para chamar a atenção de talentos renomados do entretenimento.

reprodução/twitter/colin jones

Telão na CES com os rostos dos talentos de Hollywood que fazem projetos para o Quibi 

"O modelo do nosso negócio permitirá que os produtores recebam seus respectivos lucros antes do que ocorrem em outras plataformas do mercado. O período de licenciamento do conteúdo é de sete anos. Fora isso, os criadores são donos do IP [a chamada propriedade intelectual] das atrações, o que é um grande diferencial e explica por que todo mundo de Hollywood quer trabalhar conosco", sintetizou.

E olha que esse "todo mundo" nem é tão exagerado assim. O plantel do Quibi tem os seguintes nomes: Idris Elba, Don Cheadle, Anna Kendrick, Naomi Watts, Jennifer Lopez, Tyra Banks, Kevin Hart, Dwayne Johnson, Sophie Turner, Gulhermo del Toro, Andy Samberg, Steven Spielberg, Bill Murray, Kiefer Sutherland, entre tantos outros.

Essa turma toda vai atuar, produzir, dirigir ou apresentar todo tipo de atração: o Quibi vai ter drama, terror, reality de música, humorístico, telejornal, comédia e game show.

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