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REPRESENTATIVIDADE?

Marcas são canceladas na web por campanha com Jade Picon 'africana'

PEDRO NAPOLINÁRIO/DIVULGAÇÃO AREZZO

Imagem de Jade Picon em ensaio fotográfico segurando uma sandália

Jade Picon em ensaio fotográfico; campanha estrelada pela influenciadora foi criticada na web

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 28/9/2022 - 15h14
Atualizado em 28/9/2022 - 17h56

As marcas Arezzo e Meninos Rei estão sendo alvos de críticas nas redes sociais por uma campanha estrelada por Jade Picon. Para parcela dos internautas, a atriz de Travessia estaria sendo a protagonista de uma homenagem para mulheres negras africanas, apesar de ser branca.

Na propaganda, Jade usa a sandália da grife que teve sua estampa elaborada pela marca de estilo Meninos Rei. A estampa tem padrões étnicos de referência africana, o que levantou questionamentos sobre uma influenciadora branca ter sido escolhida para estampar a campanha.

"A campanha não é sobre ancestralidade africana especificamente, mas fala sobre isso também. A questão é: qualquer pessoa do marketing hoje em dia saberia que isso geraria polêmica. Então, mesmo assim, você coloca e tem a explicação: 'Na verdade a nossa intenção era outra'. Ou seja, você trabalha com a indignação das pessoas e depois se faz de desentendido, mas a polêmica já foi criada e poderia ter sido evitada. Não foi porque é intencional", argumentou o influenciador Levi Kaique Ferreira no Twitter.

No Instagram da Meninos Rei, um vídeo com Jade Picon também foi alvo de críticas. "Idêntica às nossas ancestrais", escreveu Isabella Melo, acompanhado de emojis de palhaço.

"Ancestralidade com uma mulher branca na representação, com tanta modelo negra e talentosa. Uma pena ter que vivenciar isso vindo de uma marca como a de vocês, decepção", comentou Alenilde Correa.

No lançamento da campanha, realizado na semana passada, as empresas disseram que a parceria era uma releitura feita pela Meninos Rei de um sapato clássico da Arezzo, a sandália Anabella.

"Nossa releitura contou com estampas étnicas hipercoloridas, um trabalho minucioso de patchwork, e referências ancestrais que fazem parte do nosso DNA. Nossa inspiração para fazer essa releitura foi o que nos alimenta, nossa ancestralidade. As estampas africanas, o patchowork, o nó que faz a amarração foi uma alusão aos turbantes, coroas e símbolo de empoderamento feminino", disse o perfil da Meninos Rei na ocasião.

Interpretação equivocada

O Notícias da TV entrou em contato com a equipe de Jade Picon e com a Meninos Rei, mas não obteve resposta até a atualização deste texto.

Nos Stories do Instagram, a Meninos Rei compartilhou um posicionamento do pesquisador negro Atailon Marcos sobre o caso. "A coleção da Arezzo não foi inspirada nas mulheres africanas. É uma campanha que rememora antigos produtos da marca, e a Meninos Rei foi convidada a repaginar uma coleção dos anos 1970 e vestir as modelos, na qual uma delas é a Jade Picon. Bem desonesto o que tão fazendo", iniciou.

"Sim, a marca fala sobre ancestralidade porque os Meninos Rei utilizam estampas e tecidos africanos como identidade de marca, levando isso em todos os produtos frequentemente utilizados por qualquer pessoa. Como já vestiram Deborah Secco, Rafa Kalimann e outros", complementou ele.

Em nota, a Arezzo disse que a coleção não foi construída com a temática africana e que modelos e artistas negras participaram da campanha de divulgação das peças. Confira o posicionamento na íntegra:

Em setembro de 2022, a Arezzo comemorou 50 anos e, entre uma série de iniciativas, convidou 5 novos talentos da moda brasileira para reinterpretar um modelo clássico da marca de cada década.

Uma das marcas colaboradoras deste projeto foi a Meninos Rei, dupla de estilistas pretos e baianos, que recriou um dos modelos mais conhecidos da Arezzo, a sandália Anabella, representada em campanha por duas vozes femininas brasileiras - Clara Buarque, atriz e cantora (filha de Carlinhos Brown) e Jade Picon, influenciadora e atriz.

A coleção e campanha não foram construídas com o tema de homenagem a mulheres africanas, mas de uma representação dos 50 anos da Arezzo, com o DNA criativo de cada marca participante do projeto.

Em toda a campanha de Arezzo 50 anos, estiveram presentes outras mulheres negras, como Sheila Bawar (modelo), Cecilia Chancez (cantora) e Malia (cantora).

Confira as publicações sobre o caso:

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