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ECONOMIA REAL

Contra morte anunciada, TV paga se reinventa como streaming e reduz preço

PABLO RODRIGUEZ/GETTY IMAGES

Imagem de uma pessoa na frente da TV escolhendo o que deseja assistir

Telespectador usa controle na TV; TV por assinatura fica mais barata e vira serviço de streaming

ERICK MATHEUS NERY

nery@economiareal.com.br

Publicado em 18/3/2025 - 6h10

Enquanto os streamings ganham cada vez mais espaço no televisor (e no bolso) dos brasileiros, as empresas de TV por assinatura perderam mais de 5 milhões de usuários desde 2021. Diante dessa "morte anunciada", as principais operadoras recalcularam a rota, diminuíram seus preços e até se tornaram plataformas digitais de vídeo com um único objetivo: voltar a fazer parte dos gastos mensais dos consumidores.

Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a TV por assinatura apresentou uma alta de 4,6% em 2024 --um reajuste inferior à inflação do mesmo período (4,8%) e ao praticado pelos serviços de streaming, que subiram 10,9%. Os números foram compilados pelo Economia Real, site de finanças e negócios que o Notícias da TV lança em breve, com a proposta de traduzir o economês para pessoas físicas e micros, pequenos e médios empreendedores.

Para reduzir o preço das assinaturas, Claro, Sky e Vivo lançaram os próprios serviços de streaming. Nessas plataformas, as empresas que dominam 88,3% do mercado de TV por assinatura no Brasil transmitem os sinais de canais abertos e fechados via internet, sem a necessidade de instalação de antenas ou cabos na residência do consumidor.

"Desde 2021, temos transformado nosso modelo de distribuição de TV paga, tanto pela vertente tecnológica quanto pela proposta de valor do produto. Incrementamos a nossa tecnologia com o produto via streaming, que pode ser acessado diretamente pelo aplicativo na Smart TV ou por um box que funciona sem cabo, o nosso grande sucesso de vendas", afirma Alessandro Maluf, diretor de produto vídeo da Claro.

Na Sky, o streaming começou no final de 2020 com o lançamento do DirecTV Go --atual Sky+. "Nossa intenção é tentar levar para um mesmo lugar o máximo de vídeos de interesse do público. É muito difícil uma plataforma ter tudo, porém temos maior interesse naquilo que é ao vivo, pois, na competição com os streamings, a TV leva uma vantagem muito grande. Quem assiste a um jogo de futebol ou a um telejornal não tem a mesma experiência em outras plataformas", diz Gustavo Fonseca, presidente da Sky Brasil.

A Vivo foi procurada pelo Economia Real, mas não concedeu entrevista sobre o tema. À reportagem, os porta-vozes da Claro e da Sky destacam que a eliminação de custos como instalação e equipamentos torna o serviço mais barato e prático para o consumidor, tendo em vista que o conteúdo pode ser consumido em qualquer lugar com acesso à internet.

DIVULGAÇÃO/CLARO E SKY

Alessandro Maluf (Claro) e Gustavo Fonseca (Sky)

Na ponta do lápis

Confira na tabela a seguir os preços das assinaturas mensais dos pacotes básicos comercializados pelas operadoras tanto via cabo/antena quanto via streaming:

OperadoraTV por assinatura tradicionalTV por assinatura via streamingDiferença
Claro4K ClaroTV+ (com Globoplay, Apple TV+, Max com anúncios e Netflix com anúncios)
R$ 149,90
App ClaroTV+ (com Globoplay incluso)
R$ 69,90
Streaming é 53,3% mais barato do que o plano tradicional
Sky*Sky Super I (com assinatura Skeelo)
R$ 99,90
Sky+
R$ 89,90
Streaming é 10% mais barato do que o plano tradicional
VivoVivo Play TV Avançado
R$ 145,00
Vivo Play App Inicial
R$ 40,00
Streaming é 72,4% mais barato do que o plano tradicional

(*) Segundo a companhia, a grade de canais do Sky+ é equivalente à do plano intermediário Top I, que possui valor integral de R$ 149,90. Nesse cenário, o streaming custa 40% menos do que o plano tradicional.

Do ponto de vista do negócio, nenhuma das operadoras ouvidas pela reportagem divulga totalmente os números de clientes dos pacotes digitais, mas ambas reforçam que os dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contabilizam apenas os consumidores do serviço tradicional (com antena ou cabo). Assim, se o consumidor migra para um plano via streaming, ele sai das estatísticas do órgão regulador e passa a ser contabilizado como uma perda no painel.

Maluf e Fonseca apontam que os respectivos streamings ainda não compensaram totalmente as perdas da TV paga tradicional, mas ambos estão otimistas com o futuro dessas estratégias. "Fora dos números da Anatel, temos mais de 1 milhão de assinantes no streaming, e 90% das atuais vendas de TV por assinatura estão nesses serviços digitais", destaca o executivo da Claro.

"Ainda não vimos o streaming compensar a perda de clientes da base tradicional, mas quando somamos esses números com os dados da nova parabólica, encontramos esse ponto de equilíbrio", complementa o líder da Sky.

Para efeito de comparação, de acordo com os números da Anatel, a Claro perdeu 718 mil assinantes na TV paga em 2024, enquanto a Sky viu sua base diminuir em 684 mil assinantes no mesmo período.

Enquanto os números da TV paga recuam, os streamings já passam da marca de 31,1 milhões de pagantes no Brasil, e as companhias de telecomunicações também observam esse comportamento.

Mais de 60% do tráfego da nossa rede de banda larga está nos serviços de streaming. As pessoas compram internet para ver TV! Se você analisar, estamos voltando aos anos 1990, reunindo tudo em um só lugar, como na TV por assinatura daquela época", detalha Maluf.

Enquanto a Claro também lidera o mercado de banda larga fixa no país, a Sky busca outra tecnologia para expandir sua operação: a internet via satélite. "Firmamos um acordo com a Amazon no ano passado para esse produto, que deve ser lançado entre o final deste ano e 2026", adianta Fonseca.


Este e outros textos você encontrará no Economia Real, novo site de finanças e negócios do Notícias da TV que estreia em breve. Clique aqui e inscreva-se na newsletter do portal, além de acompanhar os nossos conteúdos no Instagram, LinkedIn, Threads, X (ex-Twitter) e Bluesky.


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