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Com crise no Ibope, Globo já vende novela das nove pelos números nas redes

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz Adriana Esteves com expressão de raiva caracterizada como Mércia em cena de Mania de Você

Mércia (Adriana Esteves) em Mania de Você; sucesso nas redes sociais ofusca crise no Ibope?

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 25/10/2024 - 6h10
Atualizado em 25/10/2024 - 12h05

Em meio a uma das maiores crises da TV aberta, a Globo já não contabiliza apenas os dados de audiência para justificar o êxito ou não de suas produções. A emissora também ressalta os resultados alcançados em meios digitais para atrair o mercado publicitário --mesmo quando uma produção como Mania de Você sofre para emplacar no Ibope.

Nos planos comerciais enviados recentemente ao mercado e a que o Notícias da TV teve acesso, o engajamento das novelas é destacado já nas primeiras páginas. O alcance da transmissão ao vivo das novelas é apenas mais um dos aspectos a serem considerados para o sucesso de um produto.

A Globo ainda sublinha o engajamento de seus folhetins nas redes sociais, além do alcance de suas próprias redes, como os perfis do Gshow, atualmente com 10,8 milhões de seguidores no Instagram.

A emissora deixa claro que está "se adaptando a novos hábitos" e construindo "relevância e força em cada plataforma, acompanhando o dia a dia do consumidor de dramaturgia, permitindo às marcas criarem conexões com públicos distintos no território".

No caso específico de Mania de Você, que caminha para se tornar a novela das nove menos assistida da história, a rede ainda optou por pontuar que "seus protagonistas acumulam milhões de seguidores nas redes sociais e possuem fits com os mais diversos segmentos".

Intérprete de Luma, Agatha Moreira ostenta 6,1 milhões de seguidores no Instagram; mais do que Chay Suede, o Mavi, com 4,3 milhões.

Mania de novela?

Mania de Você até já esboçou uma reação no Ibope com a ajuda de suas vilãs "tresloucadas" Isis (Mariana Ximenes) e Mércia (Adriana Esteves). O folhetim obteve o melhor resultado em três semanas, chegando perto de bater o próprio recorde --o que não o fez por dois décimos na terça (22).

A própria Globo recentemente reforçou que, mesmo com números não tão felizes de audiência, o folhetim de João Emanuel Carneiro ainda tem um alcance impressionante --mais de 240 milhões de videoviews nos perfis oficiais de Facebook, Instagram, TikTok e YouTube.

Outro ponto que conta a favor da emissora neste momento é que, apesar de todos os problemas de audiência, ela segue como líder absoluta. A Record, que chegou a a brigar pelo primeiro lugar durante a década de 2010, hoje dificilmente se coloca como uma ameaça.

Já o SBT, que foi uma pedra no sapato durante os anos 2000, agora briga para não ser empurrado para o quarto lugar no Ibope pela Band.

É um domínio impressionante, considerando-se que a reprise de Volta por Cima na madrugada de quarta (23) teve mais público do que a partida entre Real Madrid e Borussia Dortmund na tarde de terça pelo SBT --3,9 contra 3,8 pontos. Neste ponto, a Globo realmente segue "inquestionável".

Além das bolhas

Uma das estratégias da Globo é mostrar para o mercado publicitário como a TV aberta ainda tem força, mesmo com o crescimento do streaming. Afinal, como o Notícias da TV mostrou em primeira mão, um capítulo de Renascer no Brasil alcançou um público maior do que Pedaço de Mim --uma das produções mais vistas da Netflix em 2024-- em todo o mundo.

O plano comercial da emissora também ressalta que mais de 88% dos lares brasileiros foram alcançados em 2024 pelo remake de Renascer, que passou longe de ser um fenômeno no Ibope.

Outro ponto que passa a ser determinante para aferir o sucesso de uma trama são as horas de consumo no Globoplay e a sua presença entre os conteúdos mais assistidos. "O consumo da novela acontece em todas as telas, permitindo as marcas criarem conexões com diferentes segmentos de público, tornando a sua mensagem ainda mais eficaz", ressalta um trecho.

Ou seja, a Globo mostra para o mercado publicitário a sua capacidade de falar além das bolhas formadas nas redes sociais. É como se a novela das nove fosse um ponto de encontro entre diversas gerações --dos baby boomers [nascidos entre 1946-1964) aos zennials [nascidos a partir de 1997].


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