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MARIGHELLA

Wagner Moura revela ameaças contra filme e alfineta Bolsonaro: 'Vítimas de censura'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O ator Wagner Moura em uma videoconferência com o Conversa do Bial

Wagner Moura dá detalhes sobre os bastidores do filme Marighella em entrevista ao Conversa do Bial

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 23/10/2021 - 15h36

Wagner Moura revelou que as filmagens de Marighella, previsto para chegar aos cinemas brasileiros no próximo dia 4, foram bastante conturbadas. O ator contou que o elenco e a equipe sofreram com ameaças, dificuldades para financiar o longa-metragem e até mesmo críticas do presidente Jair Bolsonaro. "Nós fomos vítimas de censura", pontuou.

O ator deu detalhes sobre os bastidores da produção no Conversa do Bial desta sexta (23). A obra, que deveria ter chegado ao circuito nacional no início do ano, conta a história do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), um dos principais líderes da resistência armada à Ditadura Militar (1964-1985).

"Financiar o processo foi dificílimo. Ele só existe graças ao dinheiro do fundo setorial e à Globo Filmes. Em alguns momentos, achávamos que ia faltar dinheiro. Sofremos ameaças de gente dizendo que ia invadir o set, quebrar tudo e bater na gente", afirmou.

Moura também pontuou que a equipe enfrentou problemas com a Ancine (Agência Nacional de Cinema) com a chegada de Bolsonaro à presidência. O militar e seus filhos chegaram a comemorar os pedidos negados pelo órgão aos produtores, que planejavam lançar o filme no início de 2019.

"Essa direita bolsonarista comemorou. Bolsonaro parou a vida dele, de presidente, para gravar um vídeo falando mal de mim, do filme. Então a gente vê que o filme tem uma importância para eles", alfinetou o intérprete.

Lei Rouanet

Moura alegou que as dificuldades para produzir Marighella foram uma espécie de censura, já que o audiovisual nacional ainda é bastante dependente de recursos do Estado. "Nós não temos um cinema forte o suficiente para existir sem leis de incentivo, sem o controle que a Ancine faz sobre a nossa atividade. Então eles inviabilizaram a nossa primeira estreia", disparou.

Ele igualmente criticou as fake news sobre desvios de recursos da legislação de fomento cultural por parte da classe artística. "Nós nunca ganhamos um tostão com esse filme. Apesar de todos nós, artistas, sermos chamados de ladrões da Lei Rouanet e essas canalhices", acrescentou.

O ator também analisou a situação política e social do Brasil, a que considerou um "poço sem fundo":

A fome voltou ao nosso país, uma coisa da qual nós havíamos nos livrado. A gente vive em um país em que 19 milhões de pessoas estão passando fome, e outra quantidade gigantesca está em insegurança alimentar. Mas eu sou pessimista em relação ao presente, mas otimista em relação ao futuro.

Mano Brown ou Seu Jorge?

Moura também contou que Mano Brown era uma das suas primeiras opções para interpretar Marighella, mas o papel acabou com Seu Jorge. O rapper, todavia, não conseguiu conciliar as filmagens com a sua agenda de shows. 

"Ele começou o processo de ensaio muito bem, mas foi uma época em que a gente deu o azar de pegar época da despedida dos Racionais, em que eles estavam fazendo quatro, cinco shows por semana. E o Brown, por mais que ele quisesse, não podia [continuar]", arrematou o diretor.


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