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Surpresa do Oscar 2021, Minari revive o conto da esperança no sonho americano

Divulgação/A24

Steven Yeun e Yeri Han se abraçam em Minari: Em Busca da Felicidade

Steven Yeun e Yeri Han em Minari: Em Busca da Felicidade; longa recebeu seis indicações ao Oscar 2021

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 22/4/2021 - 7h00

Uma das grandes surpresas do Oscar 2021, no qual está na disputa em seis categorias --inclusive melhor filme-- Minari: Em Busca da Felicidade (2020) estreia nesta quinta-feira (22) nos cinemas brasileiros com uma comovente trama que revive o conto da esperança no sonho americano sob o ponto de vista de uma família de imigrantes sul-coreanos.

Estrelado por Steven Yeun (o Glenn de The Walking Dead), Minari é um retrato reflexivo e íntimo do diretor Lee Isaac Chung, que se inspirou na história de sua infância para contar a jornada da família Yi, imigrantes da Coreia do Sul que se mudam da Califórnia para o Arkansas, nos Estados Unidos, em busca de uma vida melhor.

Aos 42 anos, Chung revisitou seus tempos de criança, quando seus pais lutavam para sobreviver no interior rural dos EUA. Em uma época em que a representatividade asiática ainda é baixa no cinema estadunidense, o diretor conta uma história comovente através dos olhos de David (Alan S. Kim), o caçula e seu alter ego no filme.

Yeun interpreta Jacob, o patriarca da família e idealizador da ideia de se mudar para uma pequena cidade no Arkansas no meio dos anos 1980. Na costa oeste, ele e sua mulher, Monica (Yeri Han), passaram uma década depenando e separando frangos por sexo. O trabalho pagava as contas, mas não sobrava para suas ambições.

DIVULGAÇÃO/A24

Jacob (Steven Yeun) e a família Yi

Na nova casa, Jacob planeja se tornar um fazendeiro e enriquecer cultivando vegetais coreanos --muitos imigrantes da Coreia moravam na região em busca de oportunidades, algo que o ajudaria a encontrar interessados em seus produtos. O problema é que Monica chega na cidade desanimada com a nova vida, e o casal não demora a entrar em conflitos.

Para aceitar continuar na nova casa, ela convence Jacob a receber sua mãe, Soonja (a indicada ao Oscar Yuh-Jung Youn), para morar com eles. Há anos sem ver a filha, a excêntrica idosa chega aos EUA sem falar uma palavra de inglês e sem qualquer conhecimento da cultura e educação dada aos netos.

A atuação de Yuh-Jung é cativante, seja como a avó rabugenta ou a que busca dar conforto aos netos mesmo quando está sendo negligenciada. É com a anciã que David tem o seu primeiro encontro com sementes de minari, planta típica da Coreia e cultivada pela velha para aflorar no pântano do Arkansas --um paralelo com a nova vida dos Yi feito pelo diretor.

Há uma tensão em Minari que nunca se confirma. Chung cria uma expectativa baseada na tragédia que aumenta o drama do filme, fazendo alusões à presença de cobras, à falta de água para irrigar a plantação ou a uma iminente expressão de racismo contra David. No entanto, isso não se concretiza: o retrato da vida dos Yi é duro, mas não apela aos extremos.

Tudo o que importa em Minari é a relação familiar. Jacob luta para prosperar, e o que mexe com o seu orgulho é como seus filhos o enxergarão  no futuro. Monica se importa menos com o dinheiro e mais com a saúde e a união dos seus, e é deste conflito que sai o maior desequilíbrio na vida de David --e, provavelmente, na vida do diretor.

Surgindo como uma surpresa entre os favoritos, o longa pode não ser o grande destaque ao final da cerimônia do Oscar 2021, mas suas seis indicações são a prova de que Minari já recebeu um reconhecimento à altura de sua qualidade.

Assista ao trailer legendado do filme:


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