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CANSAÇO

Saturação, CGI e plot fraco: Por que filmes de heróis não fazem mais sucesso?

REPRODUÇÃO/SONY PICTURES

Dakota Johnson em cena de Madame Teia

Dakota Johnson interpreta Cassandra Webb em Madame Teia; filme foi detonado pela crítica

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 18/2/2024 - 12h00

Madame Teia, novo lançamento do universo de Homem-Aranha, chegou aos cinemas brasileiros na última quinta (15), mas tem sido detonado pela crítica. Estrelado por Dakota Johnson, o filme da Sony Pictures recebeu um grande investimento, só que a tentativa de trazer um ar fresco para as produções de super-heróis apenas escancarou o desgaste do gênero.

Em 2008, a Marvel mudou a história do cinema com a estreia de Homem de Ferro. O filme, protagonizado por Robert Downey Jr., inaugurou a Fase Um do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), no qual todas as produções cruzam elementos de seus enredos, elencos e personagens.

Essa etapa inicial ainda contou com filmes sobre os personagens Hulk, Thor e Capitão América e foi finalizada com Os Vingadores - The Avengers (2012), que recruta alguns dos principais super-heróis da empresa.

Apesar dos tropeços em algumas produções, o MCU foi importante para pavimentar uma nova era do gênero, que alcançou seu ápice com Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019) --sexto e segundo lugar nas maiores bilheterias globais da história, respectivamente.

Antes do estabelecimento da fórmula, produções baseadas em quadrinhos não costumavam ter uma conexão entre si. Em 1994, para evitar o colapso financeiro da empresa, a Marvel vendeu os direitos dos X-Men e do Quarteto Fantástico para a Fox. Eles foram recuperados apenas em 2019, com a compra da empresa de mídia pela Disney, administradora do MCU.

A concorrência tentou copiar a fórmula, mas com atraso e sem a mesma competência. Com os direitos de produção adquiridos pela Warner, foi criado o DCEU (Universo Estendido DC), iniciado por O Homem de Aço (2013).

Poucos filmes da franquia foram aprovados pela crítica e pelos fãs --o Coringa de Jared Leto, em Esquadrão Suicida (2016), até hoje é motivo de piada entre internautas. Devido à recepção mista, um reboot da franquia é planejado para 2025, com Superman: Legacy.

Excesso de produções do gênero

Mas a Marvel também perdeu o equilíbrio e passou a atirar para diversos caminhos após o fim da saga dos Vingadores. O lançamento do streaming Disney+, em 2019, trouxe uma série de spin-offs.

Tal fator resultou em duas das principais críticas do público: a saturação do gênero e a necessidade de ter bagagem prévia para acompanhar as produções da empresa. Em casos extremos, um pequeno detalhe em um episódio de uma série pode comprometer a experiência de assistir a um longa nos cinemas.

Além disso, denúncias de bastidores apontam uma queda na qualidade do CGI (imagens geradas por computador) das produções da marca. Em 2022, um artista de efeitos visuais revelou condutas abusivas da Marvel ao site Vulture. Segundo o profissional, os funcionários são obrigados a cumprir expedientes excessivos, com equipes extremamente reduzidas. 

"Um ou dois meses antes do lançamento, eles pedem para a gente mudar todo o terceiro ato", disse ele. "Enquanto eu costumo trabalhar em equipes de dez artistas em filmes de outros estúdios, nos da Marvel são duas pessoas, incluindo eu."

Porém, filmes do gênero ainda movimentam grandes bilheterias globais, o que encanta outras produtoras. A Sony, que detém os direitos dos personagens relacionados ao Homem-Aranha, iniciou o próprio universo em 2018, com Venom. Apesar das críticas mistas, a produção arrecadou US$ 856 milhões nas bilheterias e deve lançar seu terceiro capítulo ainda neste ano.

Madame Teia, até o momento, está com 14% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes, site agregador de críticas. Alguns jornalistas avaliaram o filme como "a pior adaptação de quadrinhos de toda a história".

O roteiro da produção é assinado por Matt Sazama e Burk Sharpless, que participaram da criação de Morbius (2022), longa que faz parte do mesmo universo e também foi detonado pela mídia, com 15% de aprovação.

Em conversa com a revista Veja, Dakota Johnson opinou sobre o desgaste de filmes de heróis. "Às vezes, com histórias ou personagens que exigem muito conhecimento prévio, é difícil estabelecer uma conexão."

"No nosso filme, trabalhamos com uma nova perspectiva, um novo mundo. É o mundo da Madame Teia e é a história de origem dela. E você não precisa saber de nada antes da sessão para se conectar aos personagens", continuou.

Tentativas de renovar o gênero já são adotadas por diversos estúdios. Na última quarta (14), a Marvel anunciou a nova formação do Quarteto Fantástico, com Pedro Pascal (The Last of Us), Vanessa Kirby (The Crown), Joseph Quinn (Stranger Things) e Ebon Moss-Bachrach (The Bear). Apesar do ânimo inicial dos fãs, as produtoras deveriam ouvir o público e desacelerar um pouco.


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