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CRÍTICA

Indiana Jones e a Relíquia do Destino expõe lado humano de personagem icônico

Divulgação/Walt Disney Studios

Harrison Ford caracterizado como Indiana Jones

Harrison Ford em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino; filme estreia nesta quinta (29)

Se Indiana Jones é sinônimo de aventura, selva e ação, no quinto filme da franquia o personagem vivido por Harrison Ford desde 1981 ganha nova roupagem e uma abordagem bem mais humanizada do que nos demais capítulos. Indiana Jones e a Relíquia do Destino desconstrói o arqueólogo por completo e mostra um homem comum, que busca uma razão para continuar vivendo --apesar dos instintos e do dinamismo inerente ao herói.

O longa conta com muitas cenas de ação, embates contra nazistas e um olhar voltado especialmente para o atrito entre o velho e o novo. Mas, aqui, Indy toma as rédeas da narrativa --idoso, sem a mesma velocidade nem os reflexos de antes, ele ainda precisa resolver a própria vida e proteger suas convicções antes de salvar o mundo.

A Relíquia do Destino se passa em 1969, 25 anos depois que Indiana Jones (Harrison Ford) e seu colega Basil Shaw (Toby Jones) recuperaram um precioso artefato dos nazistas chamado Anticítera. Há mais, porém, do que um mero significado histórico no item: ele, na verdade, pode ser um objeto significativo para realizar uma viagem no tempo.

Professor universitário prestes a se aposentar, Indy guarda o item a sete chaves, sabendo o quanto estudá-lo afetou Basil. De repente, a filha de seu colega --e afilhada do arqueólogo--, Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge) invade a vida de Indy em busca do artefato e o leva para uma última aventura com seu chapéu e chicote.

Em busca do objeto também está o Dr. Jürgen Voller (Mads Mikkelsen), cientista da época de Adolf Hitler (1889-1945), que foi recrutado pelo governo norte-americano e teve função essencial para levar o país ao espaço. Só que o velho conhecido do protagonista ainda tem no sangue os ideais nazistas, e busca dar à Alemanha uma chance de vencer a guerra.

Em A Relíquia do Destino, o personagem icônico que o mundo conhece há mais de quatro décadas vive um dilema real: abandonado pela História, ele se vê tendo que salvá-la. Desanimado com sua vida ordinária e sem prestígio por seu trabalho, ele é jogado no centro de uma luta da qual não pode fugir.

Harrison Ford, considerado por muitos velho demais para o papel, mostra que a idade serviu para humanizar Indiana Jones --como ele sempre deveria ter sido, aliás. Ele não é mais veloz e destemido quanto antes, sente dores no joelho quando escala cavernas, sofre por amor e chora a dor da perda.

A dupla que o ator forma com Phoebe Waller-Bridge é deliciosa de assistir. A atriz traz uma dinâmica diferente ao longa-metragem e consegue fazer sua mágica como alívio cômico e contraponto de um senhor resmungão. 

O ciclo do Indiana Jones de Harrison Ford se fecha neste quinto filme de maneira memorável, abraçando os defeitos de um herói humano e imperfeito, que dá um jeito de se reconstruir, se reerguer e se entender. O longa-metragem estreia nesta quinta-feira (29) nos cinemas brasileiros. Assista ao trailer:


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