Glenn Close lamenta até hoje derrota de Fernanda Montenegro no Oscar

Veterana do cinema hollywoodiano, Glenn Close lamenta até hoje que Fernanda Montenegro perdeu o Oscar de melhor atriz pelo filme Central do Brasil (1998) para Gwyneth Paltrow. Em uma entrevista a um programa da rede norte-americana ABC, a atriz declarou que não fez sentido a intérprete da protagonista de Shakespeare Apaixonado (1998) ter superado a brasileira.

"Eu me lembro do ano em que Gwyneth Paltrow ganhou em cima daquela incrível atriz que estava em Central do Brasil e eu pensei: 'O quê?'. Sabe… Não faz sentido", disse Glenn no programa Popcorn with Peter Travers.

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Durante um bate-papo para divulgar seu filme mais recente, Era Uma Vez um Sonho (Hillbilly Elegy, em inglês), Close foi questionada pelo apresentador sobre como ela se sente ao perder premiações. "Pergunta meio estranha, mas quando você faz um filme sempre é levantada uma questão de como: 'Meu Deus, ela deveria ter ganhado um Oscar por ter interpretado isso", começou Travers.

"Eu sei que você é bem graciosa sobre o assunto, eu que fiquei puto da vida quando você não ganhou pelo [filme] A Esposa [2019], mas vocês todos pareciam bem. Como você lida com essas coisas?", perguntou ele. 

Após uns segundos refletindo, Glenn declarou que ser indicada pode ser tão bom quanto ganhar. "Mas eu nunca entendi como, honestamente, você consegue comparar performances/atuações, sabe?", disse a artista, citando como exemplo a derrota de Fernanda Montenegro. 

No filme dirigido por Walter Salles, Fernanda deu vida à Dora, uma professora aposentada que trabalha como escritora de cartas para analfabetos na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Ela acaba conhecendo uma mulher e seu filho, que fica sozinho após a mãe morrer atropelada por um ônibus. A personagem, então, toma como missão levar o garoto até seu pai.

Confira a declaração de Glenn Close: 

A Glenn Close tb não superou a derrota da Fernanda Montenegro no Oscar pic.twitter.com/ERvyXrf5yD

— Lucas Salgado (@lucas_salgado) November 24, 2020

Confira a entrevista na íntegra:

O Oscar de 1998

No ano em que o Brasil esteve mais próximo de conquistar uma estatueta do Oscar, o executivo Harvey Weinstein (atualmente condenado por assédio sexual de várias mulheres) e seu irmão Robert Weinstein, donos dos estúdios Miramax, fizeram uma campanha publicitária pesada para que seus filmes Shakespear Apaixonado e A Vida É Bela (1998) ganhassem prêmios.

De acordo com uma reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 1999, a Miramax injetou US$ 15 milhões (o equivalente a cerca de R$ 18 milhões pela cotação do dólar da época) em sua campanha pelo Oscar, na intenção de conquistar os votos dos 5.557 membros votantes da Academia. Coincidência ou não, os filmes dos irmãos Weinstein ganharam dez das 20 categorias a que concorreram.