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CINEBIOGRAFIA

Filme sobre os Mamonas Assassinas diverte até quem não viveu fenômeno

DIVULGAÇÃO/IMAGEM FILMES

Elenco de Mamonas Assassinas: O Filme

Elenco de Mamonas Assassinas: O Filme; apesar de tropeços, produção é sucesso entre gerações

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 28/12/2023 - 8h00

O grupo Mamonas Assassinas se imortalizou no imaginário cultural brasileiro com apenas um ano de atividade. Os cinco integrantes, vitimados por um acidente aéreo em 1996, emplacaram uma série de hits e uma identidade visual icônica no mercado fonográfico.

Mesmo com canções atemporais, o apreço por certos versos não seria o suficiente para atrair a geração que não viveu o fenômeno ao cinema. Para superar o obstáculo, a cinebiografia da banda se apega ao humor trash --símbolo do grupo-- e ao bom sabor da juventude para ir além de um presente aos nostálgicos.

A produção, que estreia nesta quinta (28), acompanha a formação da banda em Guarulhos, São Paulo. Inicialmente, os músicos Dinho (Ruy Brissac), Bento Hinoto (Beto Hinoto), Júlio Rasec (Robson Lima), Sérgio Reoli (Rhener Freitas) e Samuel Reoli (Adriano Tunes) se uniram para formar a banda Utopia, que durou entre 1989 e 1994.

O estilo, porém, não atraiu o público. O primeiro e único disco do Utopia vendeu apenas cem cópias, dentre as mil produzidas. Assim, com o apoio do produtor Rick Bonadio (Ton Prado), a banda passou por uma reformulação e passou a se chamar Mamonas Assassinas em 1995.

Em uma das cenas do filme, Samuel se impõe contra a mudança de identidade. "Nós somos uma banda de rock progressivo", defende o personagem. No entanto, não demora muito para notar que o grupo atinge sua melhor versão quando não se leva sério.

Os Mamonas Assassinas tinham consciência do humor de "5ª série E" presentes em suas composições. A partir delas, aproveitavam para se aproximar do público e discutir questões sociopolíticas.

Algo semelhante acontece com a produção. O roteiro aproveita a atmosfera compartilhada pelo grupo e é bem-sucedido ao adotar o humor leve como condutor da obra. Afinal, mesmo com a diferença de gerações, os membros da banda mantinham um sentimento que pode ser identificado por qualquer ser humano: a busca pelos sonhos da juventude.

Os cinco artistas de 20 e poucos anos, residentes de Guarulhos, passam pelos mesmos anseios e inseguranças nutridos por qualquer pessoa. Com a humanização dos personagens, a produção conquista até a atenção daqueles que não testemunharam o sucesso meteórico da banda e só conhecem os acordes de Pelados em Santos ou Vira-Vira.

Porém, a produção sofre com alguns tropeços. Com a duração de 95 minutos, há a escolha de priorizar o desenvolvimento de Dinho e dos irmãos Reoli. Hinoto e Rasec acabam invisibilizados na própria cinebiografia, com poucos momentos de destaque.

O ritmo acelerado da montagem também não abraça tudo o que a produção pretende abordar. Algumas tramas são jogadas em cima da outra e, além de perderem o sentido no enredo, podem provocar confusão ao telespectador.

À medida que Mamonas Assassinas: O Filme chega ao fim, vem à tona uma mistura de emoções. É impossível não pesar pelo trágico destino da banda. Por outro lado, há o conforto em saber que, ainda em vida, os artistas alcançaram seu maior sonho: fazer história na indústria musical brasileira. 

Assista ao trailer:


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