ESTREIA
Divulgação/Prime Video
Tessa Thompson e Nnamdi Asomugha em Sylvie's Love; filme estreia no Prime Video nesta sexta (25)
Um drama de época sobre um amor que resiste através do tempo. A descrição de Sylvie's Love (2020), filme que estreia no Prime Video nesta sexta-feira (25) pode chamar a atenção dos assinantes entusiastas de romances, mas a produção funcionaria melhor se fosse além do lugar-comum do gênero. Com uma atuação apática da protagonista Tessa Thompson, o longa acaba se tornando uma opção desinteressante.
A trama começa no ano de 1957, em uma época na qual a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, era tomada por bares de jazz e jovens cheios de esperança. Logo no início, Robert (Nnamdi Asomugha), um saxofonista que sonha com o sucesso, resolve entrar em uma loja de discos ao avistar uma bela vendedora.
Depois de hesitar um pouco, o rapaz finalmente toma coragem e puxa assunto com a moça, que se apresenta como Sylvie (Tessa Thompson), a cínica filha do dono da loja e noiva do rico e (convenientemente) ausente Lacy (Alano Miller). Apesar de a moça não lhe dar bola, Robert convence o pai dela, o Sr. Jay (Lance Reddick), a contratá-lo como ajudante.
Feitas as apresentações, o primeiro ato do filme corre para recolocar seus protagonistas em suas confortáveis (e já batidas) posições dentro de uma narrativa dramática. Após um verão inteiro trabalhando juntos, Syilve e Robert se apaixonam, apesar de todos os obstáculos --do noivado da jovem à reprovação do romance por sua mãe.
A primeira grande virada começa quando a banda do rapaz recebe uma proposta para fazer uma turnê na Europa. Apesar das juras de amor, Robert embarca, deixando Sylvie e seu sonho da moça de trabalhar na televisão nos Estados Unidos.
A história de amor de dois amantes separados pelo destino é tão velha quanto a época em que se passa o filme. O diretor Eugene Asher, ainda inexperiente em longa-metragens, só tenta dar à narrativa um ar contemporâneo ao colocar um casal afro-americano como protagonista de seu drama de época.
No entanto, Sylvie's Love parece gastar sua qualidade na tentativa bem-sucedida de reviver a Nova York dos anos 1950, e se esquece de dar a atenção necessária para criar um romance minimamente convincente. Os anos passam, e os desencontros entre Sylvie e Robert acontecem sem que se tenha uma noção exata da dimensão de como o tempo e suas conversas impactaram um ao outro.
Essa falta de clareza diminui a carga dramática buscada para o filme. O público sabe que o grande amor de Sylvie é Robert, mas não a vê sentir sua ausência. Isso afeta não só a história como a atuação de Tessa. A jovem já mostrou ter enorme talento em outras produções, mas parece subaproveitada no filme do Prime Video e faz uma atuação apenas protocolar.
Com tantos problemas, fica difícil criar uma empatia pela união do casal. Apresentado como um dos grandes obstáculos do início, Lacey, noivo de Sylvie, entra e sai da trama como um mero coadjuvante. Sabendo dos detalhes de seu casamento, torna-se mais fácil sentir pena do rapaz por ser a segunda opção do que torcer pela chegada de Robert.
Conforme os minutos passam, torna-se claro que o filme tem seus momentos mais interessantes quando foca nas histórias paralelas de seus personagens. Sylvie chega cada vez mais perto de seu sonho profissional e pouco necessita de um romance em sua vida, enquanto Robert e sua sofrida luta para vingar no mercado musical também se apresentam como uma opção melhor do que o arco principal.
No final, Sylvie's Love acaba se tornando um filme aquem do que poderia ser ao se tornar refém de sua proposta inicial. A insistência em juntar o casal tira sua força e o impede de continuar o fortalecimento do personagem de Tessa. Sylvie é mais forte do que muitas mocinhas em dramas da época, e seria ainda mais caso não ficasse presa ao eterno vaivém de um romance desinteressante.
Confira abaixo o trailer de Sylvie's Love:
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