MARCELO COURREGE
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Mayra Aguiar pediu abraço ao ver Marcelo Courrege chorando durante a entrevista em Paris
A emoção do repórter Marcelo Courrege, da Globo, fez com que a judoca Mayra Aguiar interrompesse a entrevista para um abraço. Na manhã desta quinta-feira (1º), a atleta foi derrotada na primeira luta da Olimpíada de Paris-2024 e ficou fora da disputa por medalhas na categoria até 78 kg. Os dois choraram durante a conversa, e ela, apesar da frustração, comoveu-se com os elogios que recebeu do jornalista.
Mayra já chorava muito ao descrever o gosto amargo da derrota, quando Courrege tomou a palavra para consolá-la. "Você é uma judoca que construiu tanto pro Brasil... Eu tenho certeza de que você se cobra muito, porque a gente te conhece desde sempre, né? Quem trabalha com esporte conhece a sua personalidade", iniciou ele, que começou a chorar.
"A gente também se emociona um pouco porque sabe o quanto você representa pra esse esporte, e não é uma derrota na primeira rodada, depois da história que você construiu, que vai mudar tua história, Mayra. Eu sei que você queria a final, mas...", continuou Courrege.
A judoca, comovida, fez um pedido. "Eu não ia chorar. Posso te dar um abraço?", perguntou. Após o carinho, ela seguiu com um desabafo:
"É bom escutar isso. A gente se cobra muito. Óbvio que tem a cobrança externa, mas a interna é sempre muito, muito grande. Mas é isso. É o que nos dá força, o que nos faz crescer. E o judô é uma coisa que me ensinou muito para a vida inteira: cai, levanta. Obrigada pelas palavras, obrigada pelo carinho. Vamos voltar para casa, vamos colocar a cabeça no lugar e levantar de novo", disse.
A luta que tirou Mayra da competição foi contra a italiana Alice Bellandi, que é líder do ranking mundial. A brasileira já havia perdido para adversária em outras três oportunidades e acabou derrotada por um waza-ari no golden score desta vez.
"É uma luta sempre muito dura, um estilo de jogo que ainda não aprendi a jogar. É um jogo mais estratégico. Eu sempre busquei muito golpe. Treinei bastante, mas infelizmente desta vez não deu. Ela foi melhor. É o judô, é o esporte. É triste, é ruim, uma derrota amarga. Derrota nunca é boa, por mais que seja onde a gente mais aprende. Mas é duro", admitiu.
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