ESCÂNDALO
Foto: Reprodução/Raul Baretta
O zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos, é um dos jogadores envolvidos com a máfia das apostas
O futebol brasileiro foi sacudido pela denúncia de que vários jogadores de diferentes divisões do país estão envolvidos na máfia das apostas. A operação intitulada Penalidade Máxima e orquestrada pelo Ministério Público de Goiás, investigou e identificou que criminosos aliciavam atletas para manipular ações durante partidas oficiais.
A máfia das apostas diz respeito a jogadas normais em partidas oficiais que eram manipuladas por criminosos apostadores. Nelas, um jogador é coagido a forçar um cartão amarelo ou vermelho, assim como jogar a bola para escanteio ou cometer um pênalti.
O caso ganhou repercussão internacional e chamou a atenção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e da Fifa (Federação Internacional de Futebol). Enquanto, inicialmente, acreditava-se que apenas jogos das divisões inferiores foram afetados, as autoridades descobriram que vários jogos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro também sofreram com manipulações.
Atualmente em sua segunda fase, a operação Penalidade Máxima teve início em Goiás após as primeiras denúncias envolverem atletas do Vila Nova-GO. Após avançar com a investigação, o número de jogadores envolvidos subiu para 26, com vários outros nomes surgindo, mas ainda sem fazer parte oficialmente da apuração.
Entre os denunciados pelas autoridades estão 15 jogadores e nove apostadores. Nomes como o Eduardo Bauermann, do Santos, Victor Ramos, da Chapecoense, e Paulo Miranda, atualmente sem clube, são os mais conhecidos dos fanáticos por futebol. Todos os outros fizeram ou fazem parte de equipes do alto escalão do futebol brasileiro.
Para ajudar as autoridades, alguns jogadores investigados fizeram acordo e confessarem terem aceito pagamentos para manipular ações em partidas oficiais. São eles Kevin Lomónaco, do Bragantino; Moraes, do Atlético-GO, Nikolas Farias, Novo Hamburgo-RS, e Jarro Pedroso, do Inter de Santa Maria. Outros que tiveram seus nomes ligados à máfia foram afastados de seus clubes para que consigam se defender e dar explicações ao Ministério Público.
A aparição de vários casos envolvendo a máfia das apostas colocou em xeque o futuro do Campeonato Brasileiro para milhões de fãs de futebol. No entanto, o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues rechaçou qualquer possibilidade de as investigações forçarem a paralisação do principal torneio do país.
"A CBF ressalta ainda que não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa. E vem trabalhando em conjunto com a FIFA e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação. Vale lembrar que a entidade, que igualmente é vítima desses possíveis atos criminosos, não foi, até o momento, oficialmente informada pelas autoridades sobre os fatos", disse a entidade em comunicado oficial enviado a jornalistas.
Rodrigues, inclusive, enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação. Em entrevista ao site ge nesta quinta-feira (11), o ministro Flávio Dino confirmou que pediu prioridade na apuração das suspeitas.
"Nas próximas semanas já haverá atos concretos como depoimentos, ações investigativas, eventualmente bloqueio de bens para que haja uma dimensão preventiva, para prevenir a perpetuação de outros crimes", apontou.
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