CRÍTICA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Luciano Huck cumprimenta Domingos Vieira, que não segura a emoção ao saber que iria cantar no Domingão
Resumo da estreia do Domingão com Huck: o Caldeirão mudou para o domingo e ganhou um quadro do Domingão do Faustão. Mais do mesmo de sempre. Inovação zero (até a vinheta é parecida). Diferentemente de Marcos Mion no sábado, o primeiro domingo de Luciano Huck não bombou nas redes sociais. A Globo perdeu uma grande oportunidade de renovar sua programação dominical, argumento que tinha usado para despachar Fausto Silva.
Num dos raros momentos ao vivo, Huck disse que pensou que teria de ficar de cueca no palco por causa da suspensão de Brasil x Argentina, o show da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que ofuscou sua estreia e quebrou a estratégia da Globo de ter um grande jogo para impulsionar sua estreia.
Teria sido melhor se Huck tivesse mesmo ficado só de roupa íntima. Quebraria o protocolo e ajudaria a mudar sua imagem de coxinha. Mas ele não iria fazer isso, foi só uma forma de expressar o drama de quem, logo na estreia, teria que improvisar, começando o programa uma hora mais cedo, talvez interagindo com Galvão Bueno e o repórter Eric Faria, repercutindo o não-jogo. Quem sabe faz ao vivo, diria Faustão.
A Globo, porém, optou por exibir um filme ruim picotado (Círculo de Fogo, de 2013) e atrasou a estreia do Domingão do Huck em 40 minutos. Em vez dos 25 pontos que herdaria do futebol, Huck começou com apenas 15 na prévia do Ibope na Grande SP.
A falta de ousadia da programação da Globo era um prenúncio da falta de ousadia do conteúdo que traria o "novo" Domingão.
Logo na introdução, Huck prometeu "histórias inspiradoras" e fez um discurso de candidato à Presidência (aventura que ele trocou pelo sonho de ter o principal programa de variedades dos domingos). E "começou um novo ciclo" de sua vida fazendo o que sempre fez aos sábados: merchandising e "emoção" (leia-se drama pessoal com choro). Bastaram apenas sete minutos para uma pessoa humilde aparecer emocionada na tela.
A história de Domingos Vieira, um cantor que sempre sonhou em se apresentar em um palco de TV, ficou para o final. Antes, Huck apresentou o Quem Quer Ser Milionário?, carro-chefe do Caldeirão nos últimos quatro anos, e o Show dos Famosos, atração do Domingão dos Faustão desde 2017. E Huck fez a "gentileza" de estragar um pouco da graça do quadro ao anunciar antes quem era o artista a se apresentar.
Seu Domingos voltou no final e comprovou que só estava ali pelo nome, por ter nascido em um domingo e ser devoto de são Domingos. Não teve nenhuma história. Apenas cantou Domingo, de Só Pra Contrariar, com Luan Santana e Alcione.
A Globo teve que estrear o Domingão com Huck às pressas. O projeto original era migrar Huck para os domingos apenas em janeiro. O fato de Fausto Silva ter assinado com a Band em abril e de ter abordado patrocinadores do Domingão levou a emissora a tirá-lo do ar deselegantemente depois de 32 anos de ironia e humor em sua programação.
Espera-se que a Globo dê um banho de loja no Domingão em 2022. Até lá, a tristeza que batia com a vinheta de abertura do Fantástico vai começar mais cedo, no "Choramingão do Huck".
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