O SÉTIMO GUARDIÃO
VICTOR POLLACK/GLOBO
Bruno Gagliasso em cena da novela O Sétimo Guardião (2018), seu último trabalho como ator na Globo
DANIEL CASTRO e GABRIEL PERLINE
Publicado em 31/1/2020 - 5h38
Atualizado em 31/1/2020 - 15h27
Galã do primeiro time da Globo durante mais de uma década, Bruno Gagliasso não teve o contrato renovado em novembro. Diferentemente do que se divulgou na época, o fim do acordo não foi em "comum acordo". Partiu da emissora a iniciativa de não seguir com a parceria, que já durava 18 anos. O principal motivo foi o "mau comportamento" do ator durante O Sétimo Guardião (2018).
Segundo fontes na cúpula da Globo, a avaliação interna foi a de que Gagliasso não abraçou seu personagem na última novela de Aguinaldo Silva como se esperava de um protagonista. Para piorar, o ator curtiu postagens em redes sociais em que telespectadores criticavam a história dos guardiões de uma fonte da juventude, o que foi considerado falta de profissionalismo de sua parte.
Chegou-se à conclusão de que o "mau comportamento" de Gagliasso indicava que ele não queria mais fazer novelas e que isso estava atrapalhando seu desempenho à frente das câmeras. Além disso, seu último trabalho bem sucedido tinha sido a série Dupla Identidade, em 2014, cinco anos antes. Depois, ele atuou em Babilônia (2015), Sol Nascente (2016) e O Sétimo Guardião. Não empolgou em nenhuma delas. E todas fracassaram para os padrões da Globo.
O destino do galã, um dos maiores salários da Dramaturgia da emissora, foi traçado logo após o final da trama de realismo fantástico, em maio. Decidiu-se que seu contrato, que venceria em novembro, não seria renovado, em sintonia com a nova política da emissora, de não manter profissionais que ganham muito e trabalham pouco e de ampliar os contratos por obra certa, que duram apenas o período de gravações.
Por seu lado, também insatisfeito, o ator não se esforçou para manter seu emprego. Meses antes do final de seu vínculo com a maior rede do país, acertou trabalhos com a Netflix. Teve tempo até de gravar uma paródia da série La Casa de Papel em que debochava das novelas da emissora e afirmava que topava qualquer trabalho, menos atuar em folhetins.
Ele já tem dois projetos confirmados na gigante do streaming: uma série nacional de oito episódios, baseada no argumento de uma trama que ele mesmo escreveu, e uma coprodução internacional. Nenhum dos trabalhos possuem títulos definidos, tampouco datas para estrearem.
O estafe do ator reitera que sua saída da Globo foi "em comum acordo" e que partiu dele a decisão de não seguir no elenco da emissora. "A Globo inclusive fez uma proposta para que o contrato fosse renovado enquanto Bruno sinalizou seu desejo de trabalhar por obra. Reitero que foi consensual, em comum acordo e também reflexo de um novo tempo", disse sua assessoria de imprensa.
"Hoje Bruno tem projetos por obra em outras plataformas e no cinema, porém a qualquer momento pode retornar à emissora para outros trabalhos - Bruno é, como também já disse, fã e grato por sua longa trajetória na Globo, casa que o ajudou, de modo intrínseco, a amadurecer como ator", completou o estafe do ator em nota à reportagem.
Oficialmente, a Globo também voltou a negar que o ator tenha sido dispensado. "Bruno não foi demitido. Seu contrato chegou ao fim e, em comum acordo, não foi renovado".
Em seus 18 anos de Globo, Gagliasso atuou em 14 novelas, cinco séries, um especial de fim de ano e participações em dois humorísticos.
Um dos maiores nomes de sua geração, recebeu diversos prêmios por suas atuações nas produções da emissora, entre eles quatro troféus de ator coadjuvante e um de ator de série ou minissérie no tradicional Melhores do Ano, promovido pelo Domingão do Faustão.
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