Na Austrália, terra do rugby, TV nanica é a que mais investe na Copa

Imagine uma emissora sem grandes índices de audiência, como a Cultura ou a TV Brasil, transmitindo os jogos da Copa do Mundo, enquanto Globo, SBT, Record e Band continuam com suas programações normais e citam o evento em pequenas reportagens nos telejornais.

É exatamente isso o que vai acontecer na Austrália durante o mundial de futebol que a Fifa abre nesta quinta na Arena Corinthians, em São Paulo. Quem se interessar por futebol e estiver no país vai acompanhar as emoções do torneio pelo canal público SBS, por meio do SBS One, SBS HD e SBS 2. Todos os 64 jogos serão exibidos ao vivo e também on-line.

Por lá, a Copa começa na madrugada desta sexta-feira (13), no SBS One, com Brasil e Croácia. Os jogos da Austrália, cujo time é conhecido como Socceroos, também serão destacados no SBS One: sábado, 14, contra o Chile; contra a Holanda, no dia 19, e, por fim, o esperado duelo contra a Espanha, no dia 24.

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O canal terá ainda um programa diário sobre o torneio, o Fifa World Cup Show, apresentado por Les Murray e Craig Foster, às 21h30, ao vivo, no SBS 2, com análises, entrevistas e últimas notícias. A atração será comandada diretamente do Rio de Janeiro.

“Para a Copa, o SBS estará fornecendo mais conteúdo em mais plataformas do que nunca, o que torna a nossa Copa do Mundo maior ainda”, disse o chefe de esportes do canal, Ken Shipp, ao site oficial da emissora.

Apaixonado por televisão do mundo todo, principalmente a inglesa e a australiana, Micael Silva, que trabalha com produções multimídia, explica ao Notícias da TV que a SBS tem grandes motivos para ser o lar do futebol na Austrália desde a estreia do canal, em 1980.

De olho nos imigrantes

“A empresa pública surgiu pela necessidade do governo australiano de difundir informações sobre saúde pública a uma parte considerável da população que é imigrante e não entende inglês fluentemente. O futebol, como o conhecemos, é um esporte distante deles, que preferem a versão de regras locais, bastante parecida com o rugby, além do rugby propriamente dito e do críquete.”

Silva diz que o SBS foi fundamental para levar a Copa do Mundo para mais perto dos imigrantes, além dos australianos abertos a uma nova cultura esportiva. Assim, o canal transmite o mundial de futebol desde 1986, tendo compartilhado os direitos de transmissão com o Channel Nine, em 2002.

Além do SBS, os demais canais australianos também vão dedicar espaços em sua programação à cobertura do torneio.

O Channel Nine está no Brasil desde a chegada dos australianos em Vitória (ES), onde estão concentrados. Já a ABC mandou o correspondente David Mark, que, inclusive, mantém um blog no site oficial do canal, no qual conta o dia a dia da cobertura.

O Channel Seven está representado pelo correspondente Ryan Phelan, que está trabalhando em Vitória, onde a seleção australiana se baseia. Além de reportagens para o canal, o profissional narra suas aventuras no Twitter.

O Channel Ten, em dificuldades financeiras, teve sua cobertura ameaçada, mas também veio ao Brasil. Por fim, na TV paga, a Fox Sports enviou ao país o repórter Murray Shaw. O grupo conta com seis canais e um sistema de streaming online (como o Globosat Play e o Watch ESPN), mas não vai exibir as partidas da Copa.

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