CONTROVÉRSIAS
DIVULGAÇÃO/FIFA
Ronaldo Fenômeno em campo pelo Brasil na controversa final da Copa do Mundo de 1998, na França
Disputada desde 1930, a Copa do Mundo é a competição de futebol mais famosa do mundo. Ao longo dos anos, o torneio rendeu diversas histórias e controvérsias que se tornaram lendas entre a imprensa e os torcedores, que nunca chegaram a saber o que de fato aconteceu em certos casos.
Algumas das teorias da conspiração não têm nem autor ou fonte conhecida que seja a responsável pelas informações "sigilosas". Apesar disso, os burburinhos são relatados como verdades absolutas da história das Copas.
Quem, por exemplo, nunca ouviu alguém falar que "o Brasil vendeu a Copa do Mundo de 1998 para a França"? Ou que a Argentina ganhou a edição de 1978 roubado?
Essas são apenas algumas das controvérsias que o Mundial de seleções popularizou. Veja abaixo histórias e teorias da conspiração contadas ao longo dos anos:
Primeiro-ministro da Itália durante a Copa do Mundo de 1934, Benito Mussolini (1883-1945) aplicava o seu regime fascista e viu no Mundial uma oportunidade de popularizar um espírito nacionalista e vencedor italiano. O ditador pressionou os jogadores pelo título --há informações que aconteceram chantagens, subornos e ameaças nos bastidores.
Antes da final, contra a Tchecoslováquia, Mussolini enviou um bilhete para os atletas com a frase "vitória ou morte". A Itália venceu por 3 a 1. Uma lenda que ficou conhecida na época foi a dos sósias do ditador, que comparecia em mais de um jogo simultaneamente durante o evento.
Na campanha do bicampeonato, a Seleção Brasileira perdeu Pelé por lesão ainda na primeira fase. Com isso, a responsabilidade de comandar o time ficou com Garrincha (1933-1983). Na semifinal, o anjo das pernas tortas acabou expulso, o que o deixaria fora da decisão.
No entanto, a delegação brasileira alegou que a expulsão não foi relatada na súmula do jogo, e que, portanto, o craque poderia disputar a final. No julgamento, o bandeirinha que era testemunha do caso desapareceu e Garrincha acabou absolvido.
Anos depois, o árbitro brasileiro Olten Ayres de Abreu (1928-2015), que trabalhou naquele mundial, afirmou que 15 mil dólares foram usados para subornar o bandeirinha e fazê-lo desaparecer. A informação nunca foi confirmada.
Em 1978, a Argentina era comandada pelo ditador Jorge Rafael Videla (1925-2013) e vivia um dos períodos de maior conflito de sua história. Os hermanos sediaram a Copa do Mundo daquele ano, e o governante viu uma oportunidade de transmitir uma imagem positiva do país para o exterior.
A Argentina estava no mesmo grupo do Brasil e, pelo regulamento, os jogos da última rodada que decidiriam o classificado para a final aconteceriam no mesmo horário. No entanto, em uma virada de tapete, o confronto da seleção da casa foi atrasado e eles entraram em campo já sabendo o que precisavam fazer para tirar a vaga da equipe verde e amarela: golear o Peru.
Os argentinos venceram o rival abatido por 6 a 0, em um duelo que ficou cercado de suspeitas. Durante a competição, houve relatos de pressão dos militares para todos os lados nos bastidores. Na final, a Argentina ganhou da Holanda.
Na Copa do Mundo de 1990, Brasil e Argentina se enfrentaram pelas oitavas de final. Após uma falta cometida pela Seleção Brasileira, os médicos argentinos entraram em campo para atender seu jogador.
Aos 39 minutos do primeiro tempo, Branco, lateral direito do Brasil, pediu água aos massagistas hermanos, que lhe passaram uma garrafa verde, diferente das transparentes que os outros atletas bebiam. A partida terminou 1 a 0 para a Argentina, e o jogador acusou que a água estaria batizada, alegando que passou a se sentir sonolento depois de bebê-la.
Após a história ser negada por jogadores e dirigentes argentinos, em 2004, em uma entrevista ao canal TyC Sports, Maradona (1960-2020) admitiu a trapaça: "E depois veio Branco, que tomou toda a água. Justamente o Branco, que batia as faltas e caía. Alguém picou Rohypnol na água e complicou tudo".
Na Copa do Mundo da França, em 1998, o Brasil enfrentou os donos da casa na final. Horas antes da partida, Ronaldo Fenômeno teve uma convulsão na concentração. Roberto Carlos, colega de quarto do atacante, viu a cena e socorreu o companheiro. O atacante foi encaminhado ao hospital e passou por exames, enquanto o restante do time foi ao estádio para o jogo.
Nos bastidores, a lenda é de que a Nike, patrocinadora de Ronaldo, forçou a escalação do jogador, que voltou do centro de saúde minutos antes do confronto e falou para o treinador Zagallo que tinha condições de entrar em campo. Na versão oficial, porém, o craque foi liberado pelos médicos e entrou em campo pela importância que tinha para o time, apesar do abalo que o grupo sentiu com a cena do atleta convulsionando.
Além disso, existem teorias da conspiração de um acordo geral entre CBF e Fifa para que o Brasil perdesse em 1998 para levantar a taça em 2002. A verdade é que a seleção foi derrotada em campo por 3 a 0 para a França e ficou com a segunda posição.
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