VERSÃO DO MARIDO
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Walewska Oliveira e Ricardo Mendes; viúvo acusa parentes de instruí-lo a não ir ao velório
[Alerta de gatilho: este texto contém informações que podem ser sensíveis a pessoas com depressão ou tendências suicidas]
Ricardo Alexandre Mendes, viúvo de Walewska Oliveira (1979-2023), rebateu as acusações do irmão da atleta sobre não ter colaborado com o funeral da ex-jogadora de vôlei. Segundo o corretor de imóveis, a própria família da mulher o impediu de comparecer ao velório. "Eu estava com bilhete aéreo emitido", alega o marido de Walewska.
Em entrevista ao UOL, Mendes afirmou que o pedido foi feito por um amigo próximo da família de Walewska. "Me tiraram o direito de me despedir do amor da minha vida. Eu estava com bilhete aéreo emitido, um amigo da família disse que os pais dela me orientaram a não ir, até para preservar a todos pelo clima da tragédia", revelou.
De acordo com Wesley Oliveira, irmão da atleta, ninguém entrou em contato com ele o impedindo de comparecer ao funeral, e o corretor não colaborou com nenhuma das burocracias que envolveram a morte de Walewska.
Mendes afirmou que tem a intenção devolver o valor do velório à família. "Ninguém ligou para falar de valores. Pretendo restituir tudo. Não tive condições psicológicas de reconhecer o amor da minha vida, que está morta", acrescentou.
Mendes ainda pontuou que a relação com o cunhado sempre foi distante. "A primeira vez que conheci Wesley foi em Curitiba, há 19 anos. Ali, já senti que gerou um ciúme normal de irmão. Logo em seguida, fomos morar no exterior, e lá ficamos por sete anos consecutivos. Ele [Wesley] não teve a chance de me conhecer melhor. Todas as vitórias e conquistas, eu estava do lado da Wal. Acredito que isso só aumentou o ciúme que ele tinha da irmã", acusou ele.
A atleta morreu aos 43 anos na noite de quinta (21), após cair do 17º andar do prédio onde morava, no bairro Jardins, uma das áreas nobres de São Paulo. A polícia investiga a possibilidade de suicídio.
No dia anterior, ela e o marido tiveram uma pequena discussão sobre o relacionamento, mas sem agressão ou ameaças, de acordo com o corretor de imóveis. O casamento já passava por uma crise.
"Ela me questionou que eu estava estranho e distante, eu respondi que não dava mais para continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa", admitiu ele. "Convivemos por 20 anos, mas nos últimos dois não era mais o mesmo amor. Muitas vezes me anulei, mas fiz por ela."
Segundo Mendes, Walewska enviou uma mensagem de texto às 18h07 falando sobre o momento delicado que eles enfrentavam na relação. O corretor de imóveis estava no apartamento deles no momento da tragédia, mas pegou no sono e, quando despertou, recebeu a notícia de um acidente no grupo do prédio.
No boletim de ocorrência, ele disse que a atleta já tinha tentando tirar a própria vida há três anos, no apartamento em que eles viviam em Uberlândia, Minas Gerais. Mendes afirmou que alertou o pai de Walewska e falou sobre a preocupação sobre a saúde mental da mulher.
"Ela nunca disse que tiraria a própria vida. Ela me disse que estava passando por muitas coisas na vida dela, que até pensou 'em fazer uma besteira'. Foi aí que eu percebi que ela já não estava tão forte como sempre foi", relatou. "Me lembro da Wal ter ficado brava e chateada comigo, e que eu não tinha o direito de falar sobre isso com os pais dela. Eu não tive alternativa."
Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.
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