Thiago Fragoso reclama de falta de papéis: 'Não pode mais ter homem hétero branco'

Sem contrato fixo com a Globo desde o ano passado, Thiago Fragoso reclamou da falta de oportunidades na TV e no streaming. O ator de 42 anos admitiu que tem enfrentado dificuldade para encontrar trabalhos por conta de suas características, que no passado já o alçaram ao posto de galã.

"Em cada novela ou série, eu tenho a chance de fazer um personagem. Ou sou eu, ou o Jonas Bloch, ou o Herson Capri, ou o namorado da Larissa Manoela [André Luiz Frambach], que também é loiro de olhos azuis. Entrou um não pode mais ter homem hétero, branco. Estamos vendo esse questionamento pela mudança do status quo. Eu tenho uma chance por novela", disparou.

Fora dos folhetins desde o fim de Travessia (2022), o artista analisou a atual situação do mercado audiovisual brasileiro. "Esse ano deu uma esfriada barra pesada, tiraram completamente os investimentos. A gente precisa estar na batalha todos os dias", afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

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O ator está em cartaz no teatro em São Paulo com a peça Dois de Nós, na qual contracena com Antonio Fagundes, Christiane Torloni e Alexandra Martins. Ele também aproveita para aumentar sua presença digital nas redes sociais, com a esperança de que isso ajude a aumentar as chances de conseguir trabalho.

"Quanto menos você aparece, mais o personagem aparece. Isso para mim sempre foi um norte. Mas vivemos uma época em que tem gente escalando pela internet, de acordo com o número de seguidores", considerou.

Além disso, ele sente que pode ser ele mesmo nas redes sociais. "Ali tudo bem eu ser como sou: branco, hétero, casado, com dois filhos. Ali não tem problema. As pessoas que me seguem sabem que sou assim", afirmou.

Fragoso ainda admitiu que sofreu um baque ao ser dispensado do elenco fixo da Globo. "Não tinha que me preocupar com plano de saúde, com nada, só em fazer o meu trabalho", disse.

Lembrado até hoje por ter protagonizado o primeiro beijo entre dois homens das novelas brasileiras, o artista alegou que hoje em dia ele e Mateus Solano não poderiam estar na sequência memorável de Amor à Vida (2014) --justamente por não serem homossexuais. "Foi importante para a história da dramaturgia brasileira e para a comunidade LGBTQIA+", recordou.

Fragoso estava na Globo desde 2000, quando iniciou os trabalhos para estrear na novela Estrela-Guia (2001). Ele emendou trabalhos em O Clone (2001), Senhora do Destino (2004), Lado a Lado (2012), Amor à Vida (2013), a temporada de 2016 de Malhação (1995-2020), O Outro Lado do Paraíso (2017), entre outros.