FILHAS SÃO HERDEIRAS
REPRODUÇÃO/TV CULTURA
Gloria Maria em entrevista no Roda Viva: jornalista revelou interesse em sua herança
Gloria Maria morreu na quinta (2) após não resistir a um tratamento de câncer de pulmão, com metástase no cérebro. Ano passado, a jornalista revelou que enquanto passava por momentos difíceis para curar o tumor, sua família se envolveu numa discussão sobre quem ficaria com o patrimônio dela. O episódio a deixou assustada. "Só faltaram dizer 'vamos dividir a herança', uma herança que não existia", desabafou.
Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, em março de 2022, Gloria falou de pessoas mal-intencionadas que esperavam vê-la em péssima situação, mas se afastavam quando percebiam que o tratamento surtia efeito. "Eu vi o ser humano de uma outra maneira. Muita gente que eu achava que era amiga, de repente não era", contou.
"Tinha gente que chegava na minha casa e depois, quando viam que eu estava ótima, sumiam. Senti isso um pouco na minha família, uma coisa que me deu um susto. Só faltaram dizer 'vamos dividir a herança', uma herança que não existia. É uma coisa esquisita do ser humano", lamentou.
Hoje, minha preocupação é defender minhas filhas. Elas estão começando a se preparar. A Ingrid Silva [bailarina] foi na minha casa com a família dela. Como a gente vive num mundo branco, minha filha virou para mim e falou: 'mamãe, mas hoje só tem preto aqui?'.
Não há detalhes sobre um testamento deixado pela jornalista. Em casos como esse, os bens são administrados por alguém, designado por ela ou judicialmente, até que suas filhas cheguem à maioridade. Gloria era mãe de Maria e Laura, de 15 e 14 anos, respectivamente. As meninas foram adotadas por ela na Bahia em 2009.
Em 1970, quando conseguiu uma vaga de estágio em Jornalismo na Globo, Gloria não tinha salário. A comunicadora explicou que a oportunidade surgiu por meio de uma amiga próxima, que rejeitou porque precisava de dinheiro. Ela passou a ter uma jornada desgastante: de manhã, trabalhava na Globo; à tarde, estudava; e à noite era telefonista.
Com o segundo emprego, ganhava cerca de R$ 500 por mês. Na época, não era necessário diploma de Jornalismo para exercer a profissão. "Não tinha salário, era um estágio sem receber. Não tinha outra pessoa que não quisesse ganhar dinheiro", revelou em entrevista ao podcast Mano a Mano, de Mano Brown.
"Eu era a Mulher Maravilha. Nunca tive tempo de curtir, de casar, de nada. Eu só trabalhei e era feliz assim. [...] Enquanto eu estava trabalhando, esquecia todos os problemas da minha família, que eram muitos", brincou.
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