GUERRA JUDICIAL
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Walewska Oliveira (1979-2023): herança de jogadora de vôlei é motivo de discórdia na Justiça
IVES FERRO E LI LACERDA
Publicado em 30/11/2023 - 6h10
Atualizado em 30/11/2023 - 11h08
Walewska Oliveira (1979-2023) morreu sem deixar testamento. Ela acumulou um patrimônio milionário ao longo de sua carreira no vôlei, totalizando 23 imóveis de alto valor localizados em áreas nobres de São Paulo e Minas Gerais. Estima-se que a atleta tenha deixado mais de R$ 25 milhões apenas em apartamentos e salas comerciais em condomínios de luxo. Os bens são disputados na Justiça pela família dela e pelo viúvo, Ricardo Mendes.
O levantamento feito pelo Notícias da TV aponta que os imóveis de Walewska e de sua empresa variam entre R$ 456 mil e R$ 2,6 milhões. Eles estão localizados em diferentes pontos de São Paulo, e um deles fica em Belo Horizonte, Minas Gerais. A listagem inclui o apartamento onde ela morava em São Paulo, no bairro Jardins. A atleta morreu após cair do 17º andar do prédio.
Treze imóveis foram adquiridos por ela como pessoa física, enquanto o restante aparece em contrato com o nome de sua empresa, a WL Serviços Esportivos. O administrador dos bens da jogadora também a ajudava a controlar os gastos e os investimentos, mas teria sido demitido pelo marido de Walewska, que contratou outra pessoa para o cargo.
Além dos imóveis, a medalhista do vôlei também deixou R$ 1.312.850 em seu seguro de vida. Walewska nomeou como beneficiários sua mãe, Maria Aparecida Moreira, e o viúvo, Ricardo Mendes. Mas a família dela não concorda que o marido tenha direito à quantia.
A Justiça de São Paulo pediu que uma nova listagem com os bens da atleta seja feita para anexar ao processo de abertura do inventário. O documento mais recente é de 2020, e não há conhecimento se algum dos imóveis foi vendido por Walewska em vida. Ricardo Mendes foi nomeado inventariante dos bens --pela lei, o cônjuge deve assumir esse posto.
O advogado dos pais da atleta alega que os familiares não querem que Mendes tenha direito à herança da filha. Eles entraram com um pedido judicial para que o viúvo seja retirado do cargo de inventariante dos bens de Walewska, pois seria "indigno". A defesa apresentou cartas deixadas por ela, na qual supostamente mostra seu descontentamento com o marido.
"Ricardo, companheiro por 20 anos de Walewska, não reconheceu o corpo, deixou documentos e pertences de sua esposa na recepção do prédio para serem recolhidos por familiares, não contribuiu financeiramente ou de forma prática para os trâmites do velório e enterro, negligenciou apoio à família, mas foi bastante rápido e assertivo em solicitar a abertura do inventário e sua habilitação como inventariante", diz o advogado da família no documento obtido pela reportagem.
Os advogados obtiveram acesso às cartas deixadas por Walewska antes de seu falecimento, entendendo que o conteúdo das mesmas deixará o ainda inventariante, Ricardo Mendes, indigno no presente processo.
Os pais de Walewska Oliveira também acusam Ricardo Mendes de ter contribuído com a morte dela. A mulher de 43 anos vivia uma crise no casamento há cinco anos, quando descobriu que Mendes a traía e tinha um filho com a amante. A Polícia Civil investiga o que teria motivado a queda da jogadora da vôlei --a Justiça fica de mãos atadas enquanto espera pelo resultado da apuração.
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