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Marília Mendonça (1995-2021): cantora morreu de politraumatismo em queda de avião em Minas Gerais
Um ano após a morte de Marília Mendonça (1995-2021), as investigações do acidente de avião que matou a cantora e mais quatro pessoas ainda não foram solucionadas. A Polícia Civil suspeita que a queda tenha sido causada por falha humana, mas a conclusão do caso depende de laudos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que vão indicar se houve ou não problemas no motor da aeronave.
As autoridades estudam o local e o trajeto feito pelo piloto Geraldo Martins de Medeiros, que partiu de Goiânia a Caratinga, em Minas Gerais. O delegado da cidade em que o acidente aconteceu revelou que Medeiros fez uma manobra que foge dos padrões aéreos.
"O que a gente tem até agora na investigação é que o piloto não fez a manobra que se esperava para pousar, ele saiu da zona de proteção do aeródromo para fazer esse pouso. Então, é um fator que pode ter contribuído para que o acidente ocorresse", afirmou ele em entrevista à imprensa na sexta (4).
Não existe obrigatoriedade de pousar em certo padrão, mas o deslocamento da chamada zona de proteção fica a cargo do piloto --essa área é a zona de entorno, que está sujeita a restrições para seguir o padrão de segurança dos aeródromos.
Duas testemunhas importantes foram ouvidas pela Polícia Civil: um piloto que iria pousar em Caratinga no mesmo dia e falou com Medeiros minutos antes do acidente, e outro que estava no local onde a nave pousaria. Nenhum deles reportou qualquer problema. O piloto de Marília pode ter feito a manobra diferente para dar mais conforto aos passageiros.
"Quando o piloto vai pousar, a gente imagina que ele venha como se estivesse fazendo uma rampa. Se ele afasta mais, essa rampa fica menos inclinada, então, uma hipótese que a gente pode trazer é de que ele teria se afastado para fazer uma rampa menos inclinada, o que daria um conforto maior para os passageiros", explicou o delegado.
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Interior do avião no momento do resgate
Medeiros era um profissional muito experiente e já tinha feito voos comerciais para grandes empresas, mas nunca havia pousado em Caratinga. É comum que pilotos inexperientes em determinadas áreas façam contato com outros para ter mais conhecimento do local, mas esse contato não aconteceu.
O exame feito no corpo do piloto comprovou que ele não estava sob efeito de drogas ou medicamentos que poderiam ocasionar um mal súbito.
Momentos antes de o avião cair, ele colidiu com cabos de uma torre de distribuição de energia da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). A suspeita é de que o cabo tenha enrolado no motor, o que fez o veículo perder a sustentação e cair imediatamente --todos morreram de politraumatismo com a queda.
Não se sabe o motivo de o piloto ter voado tão baixo, porque a torre não fica nem próxima da zona de pouso. A companhia elétrica não cometeu infrações por instalar a fiação naquele local. As condições meteorológicas eram favoráveis no dia do acidente: com sol e tempo firme, sem chuvas, ventanias ou algo que prejudicasse a visão.
A gente consegue descartar qualquer tipo de problema que impediu que o piloto tivesse obstruído sua visão e, por conta disso, não tivesse visto a rede de transmissão. As condições eram favoráveis ao voo visual.
"A gente aguarda a elaboração dos laudos por parte do Cenipa para que, se descartar de fato qualquer falha nos motores que fizesse com que a aeronave voasse tão baixo, a gente consiga caminhar para a conclusão de uma falha humana. Se vier um laudo falando que houve falha no motor, a investigação muda completamente", concluiu o investigador.
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Avião caiu em cachoeira em Minas Gerais
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