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NO TEATRO

Mariana Xavier usa comédia para quebrar tabu da saúde mental: 'O riso desarma'

Divulgação/Rodrigo Lopes

Mariana Xavier faz careta enquanto segura vários telefones em foto promocional da peça Antes do Ano que Vem

Famosa por Minha Mãe É uma Peça, Mariana Xavier é estrela do monólogo Antes do Ano que Vem

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 4/1/2024 - 15h00

Conhecida por interpretar Marcelina na trilogia Minha Mãe É uma Peça, Mariana Xavier volta aos palcos como estrela do monólogo Antes do Ano que Vem, que estreia nesta quinta (4) no Rio de Janeiro. A peça escrita por Gustavo Pinheiro abusa do humor para abordar questões de saúde mental --um tema que, à primeira vista, não é nada cômico.

"Desde o início, todo mundo ficava: 'Como vocês vão conseguir fazer isso?'. Porque, realmente, é uma tema delicado. Como pegar algo tão sério e abordar de forma divertida, leve e que não gere gatilho para as pessoas? Por sorte, eu sou uma pessoa que gosta dessas missões desafiadoras", entrega a atriz em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

Para Mariana, fazer o público rir é uma excelente maneira de quebrar tabus. "Acredito na comédia não só como entretenimento, mas como ferramenta poderosa de reflexão, de crítica. Através do riso, você consegue desarmar o espectador para que sua mensagem chegue nele com menos defesas", diz.

Dirigido por Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos, o espetáculo traz a atriz na pele de sete mulheres diferentes. As histórias se passam em pleno Réveillon e se conectam por meio da Central de Apoio aos Desesperados, uma espécie de CVV (Centro de Valorização da Vida). Quando a psicóloga plantonista não aparece para trabalhar, cabe à faxineira Dizuíte atender aos telefonemas e tentar ajudar as pessoas --mesmo sem nenhum estudo para isso.

"O briefing não era sobre esse tema. Eu queria uma comédia popular, mas que tivesse uma mensagem, que emocionasse e que fosse fácil de realizar, porque pretendo viajar bastante pelo Brasil com a peça. Mas o Gustavo teve a ideia quando leu uma notícia que dizia que o Réveillon era a data em que as ligações para serviços de ajuda e amparo emocional batiam recorde, tem um número alto de pessoas atentando contra a própria vida", lembra Mariana.

"Ele achou curioso, porque para ele o Réveillon é uma renovação de ciclo. Mas, na verdade, é uma data que carrega sentimentos muito opostos, né? Tem muita gente frustrada por tudo o que não conseguiu realizar. Essas datas de felicidade obrigatória, ainda mais com as redes sociais, podem fazer muito mal para quem não tem família, amigos, dinheiro. É um momento de emoções extremas, e a gente achou que dava para tirar humor disso tudo", explica.

Mariana conta que, apesar de ter pedido um projeto fácil de tirar do papel, Antes do Ano que Vem demorou a acontecer. "Ela começou a ser pensada em 2017, ia estrear em 2020, mas uma semana antes eu quebrei a perna. Depois, veio a pandemia, e aí não dava para fazer. Acabou saindo só em 2022", diz.

As primeiras apresentações foram bem aceitas, e a "espera" acabou sendo positiva. "Ter acontecido depois da pandemia foi o timing perfeito, passou a fazer muito mais sentido. Porque não teve ninguém que não ficou à beira de um ataque de nervos ali (risos). Agora, a peça se comunica de uma maneira muito bonita com o público, as pessoas se identificam com cada personagem e se sentem um pouquinho mais normais", valoriza a artista.

Para ela, o retorno do público é o que lhe dá forças para continuar na ativa. "Dá muito sentido para minha vida, faz a diferença na vida das pessoas. Eu prezo muito por isso. A visibilidade que eu tenho hoje me traz um conforto, um lugar de privilégio, mas o financeiro não necessariamente alimenta a alma", filosofa.

"Essa visibilidade só faz sentido se for para fazer bom uso dela, para falar de temas que vão acrescentar alguma transformação. Essa peça é quase uma missão espiritual, social, é um projeto muito lindo. É como uma terapia de grupo, ela é muito terapêutica pras pessoas", aponta.

Antes do Ano que Vem estreia nesta quinta (4), às 20h, no Teatro Adolpho Bloch (Rua do Russel, 804, Glória, Rio de Janeiro). A temporada segue até 25 de fevereiro, com sessões de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h. As sessões têm preços populares, com ingressos a partir de R$ 19,50 à venda na plataforma Sympla


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