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VEJA VALORES

Justiça condena Marcão do Povo a indenizar Ludmilla por injúria racial

REPRODUÇÃO/SBT e INSTAGRAM

Montagem com Marcão do Povo à esquerda no Primeiro Impacto e Ludmilla à direita

Marcão do Povo e Ludmilla: apresentador foi condenado por chamar cantora de 'pobre macaca'

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 22/6/2023 - 21h23
Atualizado em 23/6/2023 - 8h28

A Justiça condenou nesta quinta (22) Marcos Paulo Ribeiro de Moraes, o Marcão do Povo, a indenizar a cantora Ludmilla por injúria racial. O apresentador havia sido absolvido na primeira instância, mas a cantora reverteu a derrota ao entrar com recurso na 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. 

Ele terá de pagar R$ 30 mil à artista, que doará a quantia para uma instituição dedicada à causa racial e ao combate ao racismo. A informação é do G1.

A decisão foi tomada pelos desembargadores por três votos a zero, revertendo a vitória do jornalista na primeira instância. O juiz da 3ª Vara Criminal responsável pelo caso argumentou, na época, que a expressão "pobre macaca" tratava-se de um regionalismo.

Marcão também foi condenado a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto, que foi substituída por pena restritiva de direitos. Os termos ainda serão decididos pelo juízo da execução criminal, como a possibilidade de prestação de serviços comunitários ou doações a instituições sociais. 

A reportagem entrou em contato com Marcão do Povo por e-mail, mas não obteve uma resposta até a publicação deste texto. Ele será atualizado caso o apresentador se manifeste.

Já Ludmilla comemorou a decisão nas redes sociais. "No meio de tanta tragédia, finalmente uma notícia boa, Brasil! Chorei tanto quando saiu a notícia que eu tinha perdido esse processo, e hoje finalmente esse racista tá pagando, não tanto quanto deveria, por me humilhar e fazer o que tantos brasileiros sofrem diariamente na pele, literalmente", declarou no Twitter.

"Hoje você vai ter que engolir as lágrimas de alegria que chorou naquele programa quando saiu o decreto de que você tinha ganho a primeira etapa do processo. Agora cabe ao SBT decidir se vai manter um racista na casa!", criticou ela.

A cantora também fez uma publicação nos Stories do Instagram: "Todo dia descubro em mim uma força que vem do que aprendi com meus ídolos, anônimos ou famosos, honro isso me mantendo firme em busca de justiça quando alguém tentar me diminuir".

"Hoje foi um dia de vitória, presenciar a justiça sendo feita contra o racismo me dá esperança, mesmo estando exausta. Sei que não mereço passar por essas coisas, mas minha história me deu maturidade pra entender que eu posso lidar com isso, isso não me para. Racismo é crime, uma hora esse jogo vai mudar!"

Entenda o caso

Em janeiro de 2017, quando apresentava o programa Balanço Geral do Distrito Federal, Marcão do Povo usou o termo "macaca" ao se referir a Ludmilla. Na ocasião, o apresentador comentava uma notícia de que a cantora teria evitado tirar fotos com fãs.

Após o caso, ele foi demitido pela Record. Um mês depois, em fevereiro de 2017, assumiu a apresentação do Primeiro Impacto, no SBT. "Deus me deu uma nova oportunidade. Silvio Santos viu e tocado por Deus acreditou em mim. Provo mais uma vez para todo o Brasil minha inocência", disse ele, na época.

Ludmilla se surpreendeu com a decisão favorável ao jornalista. "Surpreendentemente, mesmo após a utilização dos termos 'pobre e macaca' contra mim, o Juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília, entendeu que não houve, por parte do apresentador Marcão do Povo, a intenção de ofender. Pois eu digo: ofendeu sim e meus advogados estão preparando o recurso cabível", lamentou ela.


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