THAMIRES ROSA
Reprodução/Instagram e SBT
Thamires Rosa em foto atual (à esq.) e no Programa Raul Gil, em 2013, com o apresentador
Participante da competição Mulheres Que Brilham, quadro do Programa Raul Gil, em 2013, a cantora Thamires Rosa usou as redes sociais para denunciar um episódio de racismo e agressão contra a filha de seis anos. O caso aconteceu dentro de uma escola estadual de São Paulo. A criança sofreu com socos e ofensas cometidos por dois colegas.
O caso ocorreu no último dia 2 na Escola Estadual Adelina Issa Ashcare, no Cambuci, e ganhou repercussão na última semana. Segundo Thamires, a filha foi agredida nos olhos e ficou com hematomas nas costelas, braços e virilha. Os estudantes também a ofenderam com expressões racistas, chamando-a de "feia", "cabelo feio" e "urubu".
De acordo com o relato da cantora, a criança teria pedido a ajuda de professores da escola, que falharam ao não dar o apoio necessário. Thamires pontuou que se sentiu constrangida pela forma como a administração da instituição lidou com o fato e acusou os responsáveis de despreparo.
"Minha filha de seis anos foi agredida dentro da escola. Foi chamada de feia, com cabelo feio e de urubu. O racismo não pode mais afetar nossas crianças, estou trazendo esse fato para [que] outras mães não se calem também diante da agressão e, principalmente, abuso psicológico", escreveu Thamires, em publicação no perfil oficial no Instagram.
"Essa situação vai nos afetando, e não podemos definhar diante dessa imensa coragem em buscar solução para esse fato. Não vou me calar. Eu, como mãe, estou despedaçada pelo fato das lesões da minha filha serem tão cruéis [e terem ocorrido] dentro da escola", continuou.
Em entrevista ao SP1 na sexta (12), Thamires deu mais detalhes sobre a resposta da escola e o descaso com que os responsáveis lidaram com a situação.
"Eles disseram que ela teria que falar [quem fez a agressão] e precisaria ser na hora. Eu tive que mostrar os hematomas no corpo da minha filha. A professora até disse que conseguia ver, mas o diretor disse que não conseguia ver nada e questionou se isso não teria acontecido dentro da minha casa", relatou a cantora.
Thamires registrou um Boletim de Ocorrência e levou a filha ao hospital para tratar dos ferimentos. Ela seguiu afirmando que a escola pouco fez para resolver o assunto.
"A escola não se responsabilizar pelo que aconteceu lá dentro mostra um imenso despreparo. Levaram ela de sala em sala para apontar quem era o culpado, mas ela não iria fazer isso. É apenas uma criança. Além de ser exposta à agressão física e verbal, ela ainda teve que passar por mais isso."
O Notícias da TV entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para saber atualizações sobre o caso. À reportagem, o porta-voz Ian Nunjara, gestor do Programa de Melhoria e Convivência Escolar (Conviva-SP), afirmou que a entidade instaurou um procedimento interno administrativo para apurar o ocorrido e prestar apoio à vítima.
"Demos início à apuração pois é um assunto muito delicado e para garantir o acolhimento da aluna e da própria Thamires. Nós temos pessoas, psicólogos diretamente em contato com elas para entender o que de fato aconteceu. Nós instauramos o procedimento para entender se houve negligência por parte da diretoria, tudo isso faz parte do processo", explicou.
De acordo com Nunjara, o procedimento também serve para amparar outras crianças da escola e prevenir novos casos de racismo e agressão. Identificar se houve culpa ou negligência por parte de professores ou diretores faz parte do processo, na visão do porta-voz, para que o retorno da vítima ao colégio seja feito com qualidade.
"Não é sobre simplesmente o caso que aconteceu, mas, sim, como é que a gente garante que ela [vítima] vai retornar com qualidade para a escola. Como é que a gente garante que o impacto do acontecimento não vai gerar outras coisas no futuro. Então a Secretaria de Educação, junto com o dirigente regional e a escola, está trabalhando muito próximo desse caso e para além desse caso", continuou.
"Estamos pensando em medida para que a gente consiga atuar de maneira preventiva. É importante porque a gente sabe que não são casos isolados, né? São coisas que vamos divulgar nas próximas semanas, mas estamos vindo com uma série de iniciativas, inclusive utilizando ferramentas de tecnologia para a gente consiga atuar de forma preventiva em casos de bullying e, enfim qualquer caso que envolva as nossas alunas e alunos para assegurar que eles terão os melhores passos e de fato se desenvolverem e aprenderem."
Confira abaixo as publicações feitas pela cantora:
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