Ícone da bossa nova, cantor e compositor Carlos Lyra morre aos 90 anos

Uma das figuras marcantes da bossa nova, o cantor e compositor Carlos Lyra morreu na madrugada deste sábado (16) no Rio de Janeiro. O artista de 90 anos foi internado com febre na quinta (14), no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca. Após exames, foi detectada uma bactéria. A causa da morte não foi revelada pela família.

Ele fez parte do movimento mais ativista da bossa nova, propondo o retorno do ritmo às suas raízes do samba. Lyra era parceiro artístico de Ronaldo Bôscoli (1928-1994), Tom Jobim (1927-1994), Vinícius de Moraes (1913-1980), João Gilberto (1931-2019), e Roberto Menescal --que também foi considerado a "figura mais jovem" do gênero musical.

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Dentre suas composições de maior sucesso estão Você e Eu, Coisa mais Linda, Influência do Jazz, Maria Ninguém, Minha Namorada, Ciúme, Lobo Bobo, Menina, Maria Moita e Se É Tarde Me Perdoa, que ganharam novas versões em regravações feitas por ele neste ano.

Lyra iniciou a carreira artística após ganhar um piano de brinquedo aos sete anos de idade, passando também pela gaita. Após um acidente na adolescência, no qual quebrou a perna, começou a estudar música enquanto estava de repouso. Ao receber alta médica, o menino já dominava acordes de violão.

O cantor foi responsável por fundar, em 1961, o Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE) ao lado de Oduvaldo Viana Filho (1892-1972), Ferreira Gullar (1930-2016), Leon Hirszman (1937-1987) e Carlos Estevam (1934-2009).

Seu último álbum saiu em 1º de dezembro e é uma coletânea de seus sucessos da bossa nova em parceria com outros artistas consagrados como Gilberto Gil, Mart'nália, Ney Matogrosso, Djavan, Leila Pinheiro e Lulu Santos.