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FELIPE FOLGOSI

Galã da Globo nos anos 1990 vira autor de história em quadrinhos

Divulgação

O ator e quadrinista Felipe Folgosi: roteiro feito para o cinema foi adaptado para as HQs - Divulgação

O ator e quadrinista Felipe Folgosi: roteiro feito para o cinema foi adaptado para as HQs

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 27/7/2017 - 6h35

Um dos galãs mais promissores da Globo na década de 1990, Felipe Folgosi tem conciliado a carreira de ator com outra mais inusitada: a de criador de histórias em quadrinhos. Ele lançou nesta semana sua segunda HQ, Comunhão. Em 2015, sua primeira obra, Aurora, chegou a ser indicada a quatro categorias do Troféu HQ Mix, o Oscar do gênero.

"Pela minha carreira de ator, eu sei que não há uma fórmula exata para saber o que vai ressoar com o público. Então rola uma expectativa para saber se você vai conseguir se comunicar com as pessoas como fez nos outros trabalhos", diz o agora quadrinista, de 43 anos e quase 30 de atuação.

Comunhão foi roteirizada por Folgosi para ser um filme, mas a adaptação para os quadrinhos ocorreu para que a ideia não ficasse na gaveta. "Eu escrevi em 2006, só que cinema é muito caro de se fazer. Achei que a HQ era uma forma bacana de conseguir mostrar o projeto às pessoas em uma narrativa visual", conta.

A relação com o universo fantástico dos gibis não é nova: logo no início da carreira, ele protagonizou a novela Olho no Olho (1993), na qual vivia Alef, dotado de poderes paranormais. Quase 15 anos depois, participou das três fases de Os Mutantes (2007-2009), da Record. A paixão pela cultura pop, porém, é mais precoce.

"É curioso que me deram um rótulo de galã na TV, mas eu sempre fui nerd. Quem me conhece há mais tempo sabe. Cresci lendo quadrinhos, já trabalhei em locadora para poder assistir aos filmes. Via Star Wars, Indiana Jones, De Volta para o Futuro... Esse meu fascínio pela cultura pop é bem antigo", lembra ele.

O ator exibe Comunhão em evento de lançamento da HQ em São Paulo, na noite de terça-feira (25)

A mistura do lado ator com o lado quadrinista traz tanto problemas quanto vantagens. "Há uma certa resistência, olham para mim e categorizam: 'Ah, é o ator da novela'. Acho normal isso, mas com o meu trabalho eu tento provar que não é assim. Por outro lado, tem muita gente que talvez nem leia quadrinhos normalmente e decide ler o meu porque acompanhou alguma novela", explica.

Apesar de bem-sucedido com Aurora, Folgosi diz que sua atividade principal continua sendo a atuação. "Faço HQs pelo prazer pessoal. Mas não dá para dissociar o ator do quadrinista. Eu procuro trazer o comprometimento artístico do cinema e do teatro para as páginas. Não sei se é assim que os outros quadrinistas trabalham, talvez eu esteja criando um método (risos)", diverte-se.

Fora da curva
Investir em histórias em quadrinhos é uma aposta do ator que poderia surpreender seus fãs. Mas ele minimiza o choque que suas escolhas podem causar, já que está acostumado a tomar decisões fora da curva.

Em 1993, ao lado de Patrícia de Sabrit na novela Olho no Olho: superpoderes em universo fantástico

Depois de Olho no Olho, por exemplo, foi chamado pelo diretor Roberto Talma para protagonizar a primeira temporada de Malhação. Em busca de crescimento profissional, preferiu fazer a peça Péricles, Príncipe de Tiro, dirigida por Ulysses Cruz com base em um texto do inglês William Shakespeare (1564-1616). O papel que seria seu na novelinha acabou nas mãos de Danton Mello.

"Eu sempre procurei pensar a longo prazo. Achei que fazer Shakespeare no teatro ia me trazer mais crescimento do que emendar outra novela voltada para o público jovem. Se foi a escolha certa ou errada, não sei dizer. Mas eu queria me desafiar. A profissão do ator não tem um manual, como a de um engenheiro, que diz quais decisões tomar para crescer na carreira", conta.

Em 2012, Folgosi ficou em segundo lugar no reality A Fazenda, da Record. Emendou a temporada na roça com uma no palco em um espetáculo d'Os Satyros, companhia de teatro experimental de São Paulo. "Você precisa ter em mente que nem tudo é pelo dinheiro. Às vezes, você participa de algo pela conexão pessoal", filosofa.

É justamente a conexão pessoal que tem motivado as escolhas recentes do ator. Longe das novelas desde A Terra Prometida (2016), no qual viveu Elieber, Folgosi está no ar na TV paga com a série 171 - Negócio de Família, do Canal Universal. Ele também vai coproduzir um filme em outubro.

"Estou cada vez mais aberto a viabilizar meus projetos, não só interpretar um texto. No Brasil, tem essa coisa de que o ator não pode fazer mais nada. Agora, eu estou mais corajoso, coloco no mundo mesmo. Se gostarem, sensacional. Se não, vou tentar ser melhor na próxima. Não posso ter medo de crítica ou rejeição", resume.

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