Comediante ousada
Reprodução/Viva
Tatá Werneck deu depoimento sobre sua carreira ao programa Viver do Riso, do canal Viva
REDAÇÃO
Publicado em 8/11/2018 - 17h11
Conhecida desde que entrou na TV pelo humor escrachado e por não ter pudores consigo mesma e com quem contracena, Tatá Werneck já sofreu bastante por seu jeito "maluco" de ser. A atriz de 35 anos afirma que sempre se sentiu inferiorizada e excluída por falar o que pensa e exercer sua criatividade. A fama de "doida" lhe acompanha desde a infância.
"As mulheres são educadas desde novas a tolirem seus impulsos, os homens obviamente não são. Fui discriminada a vida toda. A vida inteira a frase que eu ouvi foi: 'Meninas não podem fazer isso'. Eu era criticada por ser uma menina doida. Fui expulsa das escolas por ser uma menina muito criativa que não se adequava aos lugares", ela conta em entrevista ao programa Viver do Riso, do canal Viva.
Tatá estudou em colégio católico quando era adolescente e esteve à frente de um grêmio estudantil. Ela foi a única expulsa de seu grupo e ainda foi chamada de "demônio" pelo frei.
"Ele me expulsou e falou pra minha mãe: 'Não tem como, essa menina não sabe diferenciar a realidade da ficção'. Eram dez caras e eu, os mais bagunceiros da escola, e só eu fui expulsa. Ele falou que é porque eu era a única menina. Me chamavam de maluca. Homens são engraçados, mulheres são malucas", reflete.
Nesse episódio de Viver do Riso, com depoimentos de várias atrizes sobre o tema "Mulher na Comédia", Tatá também fala sobre o seu início de carreira como humorista. Ela participava de competições de improviso e se apresentava de forma mais masculinizada para ser respeitada.
"Eu fazia campeonato de improviso em que só tinha homens e eu. Tinha que me vestir como homem pra participar. Colocava blusa comprida, cabelo molhado, para as pessoas pensarem 'Ah tá, não é uma mulher tentando se fazer de gostosa'", conta.
Tatá começou a se destacar na mídia em 2010, quando entrou para a MTV e participou de programas de humor como Quinta Categoria e Comédia MTV. Desde 2013 ela é contratada da Globo. Em 2017 estreou seu talk show, Lady Night.
Sucesso de crítica e audiência, o programa retorna com novos episódios no Multishow na próxima segunda (12). Tatá acredita que a atração deu certo justamente porque pode ser livremente louca.
"O Lady Night é um espaço em que minha loucura é compreendida e onde uma mulher pode falar o que ela quiser sem que alguém ouse interromper", afirma.
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