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THAMIRES ROSA

Ex-Raul Gil, cantora denuncia racismo após ser barrada em shopping de SP

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM e SBT

Montagem de fotos com a cantora Thamires Rosa em foto atual (à esq.) e durante sua participação no Programa Raul Gil, em 2013, no SBT

Thamires Rosa em foto atual (à esq.) e no Programa Raul Gil, em 2013, com o apresentador

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 21/9/2021 - 19h05
Atualizado em 21/9/2021 - 20h34

Participante da competição Mulheres Que Brilham do Programa Raul Gil no SBT em 2013, a cantora Thamires Rosa acusou seguranças do Santana Parque Shopping, de São Paulo, de racismo após ser barrada na porta do estabelecimento. A artista denunciou o caso nas redes sociais e deu detalhes ao Notícias da TV.

De acordo com a compositora --que é negra--, na manhã de 13 de setembro ela estava a caminho de uma agência dos Correios, que fica ao lado do shopping, para despachar um pacote. Entretanto, ela decidiu passar em um caixa eletrônico dentro do Santana Parque Shopping para depositar dinheiro primeiro. 

"Quando a segurança foi me abordar, ela foi me acompanhando com o olhar até entrar na minha frente e impedir a minha entrada. E depois quando ela abriu a boca pra falar, apenas afirmou que eu estava lá para fazer uma entrega e perguntou em qual loja eu ia. E eu fiquei abalada na hora, ainda mais sozinha", relatou Thamires.

"Passar por uma situação dessa é constrangedor. Eu falei que era cliente e ela me respondeu apenas: 'Ah, tá'. Em nenhum momento ela explicou, dito que era procedimento, qualquer coisa. Quando eu entrei e procurei o SAC [Serviço de Atendimento ao Consumidor] do shopping, falei para a atendente, fiz uma reclamação, que não registraram", contou.

"E o supervisor dos seguranças ainda disse que a funcionária pode ter me confundido com entregador porque na minha caixa estava escrito Mercado Livre. É uma coisa que nem confere, porque o pessoal do Mercado Livre tá sempre uniformizado e mais uma vez fui julgada pela aparência, né. Eu saí de lá nervosa, meu coração ficou palpitando, me deu até falta de ar", lamentou.

"É uma situação que constrange a gente. Poderia ter acontecido de forma diferente. Quando eu saí de lá, postei meu vídeo na internet. Aguardei um posicionamento do shopping que não aconteceu. Ele só veio depois que o [site] Alma Preta Jornalismo divulgou o caso", explicou ela. 

Para a terapeuta, o constrangimento poderia ter sido evitado se ao menos o segurança tivesse se apresentado educadamente antes de abordá-la. "Não houve empatia em momento algum. Me senti muito humilhada, porque não fui tratada com respeito", argumentou.

Apesar do contratempo, Thamires pôde entrar no shopping e realizar seu depósito bancário. 

Thamires registrou um boletim de ocorrência eletrônico e adiantou que vai comparecer a uma delegacia nesta quarta-feira (22) na companhia de um advogado para prestar um depoimento e formalizar sua denúncia de racismo. 

Após a publicação da reportagem, administração do shopping reconheceu o erro e disse que se desculpou com Thamires.

"O Santana Parque Shopping entrou em contato com a cliente para pedir desculpas pela abordagem inadequada. O shopping compreende o racismo estrutural presente na nossa sociedade e reconhece seu papel de combater qualquer tipo de discriminação. Será reforçado o trabalho contínuo de conscientização e reeducação de todos os colaboradores, dada a importância e a urgência desse tema", informou, em nota.

Descaso com denúncia

Ainda em conversa com o Notícias da TV, Thamires lamentou o descaso de funcionários do shopping antes da denúncia se tornar pública. A artista acredita que a culpa de tudo é do racismo estrutural e da desinformação das pessoas sobre como o preconceito afeta suas vítimas.

Uma mulher do shopping me ligou dias depois, não sei qual função era a dela, e me ligou com muito descaso, disse que tinha voltado de viagem. E quando eu relatei o que aconteceu, ela disse: 'Nossa, achei que fosse alguma coisa a mais'. E ainda disse que ia desfazer as malas de viagem dela. O shopping não entrou em contato comigo. 

"As pessoas não entendem o racismo estrutural, que é quando você julga a pessoa apenas pela aparência. Não precisa chegar ao ponto de xingar a pessoa de 'macaco' para se caracterizar o racismo. Eu sempre venho lutando sobre isso. Comecei até uma campanha virtual que é contra a discriminação. E mesmo tentando dar voz a isso, acabei sendo vítima", concluiu ela. 

Confira a participação de Thamires Rosa no Raul Gil: 


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