FORA DO TRABALHO
André Moreira/Agnews
Juliana Paes durante evento realizado no Rio de Janeiro na quinta (20); atriz quer que filhos sejam feministas
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 22/6/2019 - 4h54
Estrela de A Dona do Pedaço, Juliana Paes está sempre correndo contra o tempo. O trabalho a faz abrir mão de levar os filhos na escola e de estar presente no dia a dia das crianças. Com carga horária de dez a 12 horas por dia, ela surpreende ao falar que não é como Maria da Paz que encara sua missão mais difícil: é em casa. Mãe de dois meninos, a atriz afirma que educá-los é sua maior preocupação todos os dias.
"Nós vivemos numa sociedade machista, e eu tenho dois meninos. Tento criá-los para que sejam feministas, mas não é fácil. Eu tenho medo de ter mais um filho, dois já é uma missão de uma vida inteira, é muito difícil", confidencia.
Com 40 anos, a atriz afirma que tem de se policiar diante das crianças. Confessa que fala coisas que não devia, faz promessas que não cumpre e por aí vai. Agora que está passando muito tempo se dedicando à novela, sua preocupação aumenta.
"Tem pessoas em volta que são parte da formação da mentalidade da criança. Tem ainda o que eles veem na televisão, no tablet, e olha que eu só deixo mexerem [no aparelho] aos finais de semana", exemplifica a intérprete da mocinha das nove.
"Tem o que o avô fala, que é de uma geração anterior, e solta coisas do tipo: 'menino não chora'. Outro dia, ouvi isso e desci a escada correndo para dizer que menino chora, sim", conta Juliana.
Juliana é mãe de Pedro e de Antonio, que têm 8 e 5 anos, respectivamente. Muitas vezes, a morena corrige até o que seu marido, Carlos Eduardo Baptista, solta diante dos meninos sem parar para pensar que está repetindo coisas que o pai dele falava.
"Ás vezes, tem de chegar e falar: 'deixa ele rebolar, dançar do jeito que ele quiser, escolher a cor que ele preferir, ser como ele quer ser'. A frase que eu mais falo em casa é 'deixa ele se expressar'. Existem vetores que dificultam a criação num mundo que ainda quer ser patriarcal", comenta.
Por isso, a intérprete da empresária empoderada da novela de Walcyr Carrasco diz que chega a ir às lágrimas com pequenos relatos que ouve dos filhos após um dia de trabalho.
Ela cita a história contada por seu caçula ao falar de uma amiguinha como um desses momentos de "derretimento" maternal. "Ele contou uma coisa que aconteceu e disse: 'mã…e, eu não fiquei com pena da Maria Clara porque menina é forte igual menino'", conta a mãe de Antonio.
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