RELEMBRE
Reprodução/Instagram
Xuxa e Letícia Spiller sorrindo em selfie; apresentadora e ex-paquita quase foram sequestradas
Há mais de 30 anos, Xuxa Meneghel e Letícia Spiller foram salvas de uma tentativa de sequestro no Rio de Janeiro. A apresentadora e a então paquita, conhecida como Pituxa Pastel, gravavam o Xou da Xuxa (1986-1992) no Teatro Fênix quando dois policiais militares abordaram um carro suspeito perto do local. Ao chegarem para falar com os dois homens que ocupavam o veículo, foram recebidos a tiros. Um deles morreu, e o outro ficou gravemente ferido.
O automóvel saiu da cena do crime, mas foi perseguido por dois seguranças particulares que passavam pelo local em um carro-forte e testemunharam a cena. A perseguição foi marcada por troca de tiros até que os fugitivos bateram de frente com outro carro e não tiveram mais escapatória.
O motorista foi morto com um tiro na cabeça, mas o carona, que ficou apenas ferido, confessou que os dois planejavam sequestrar Xuxa e Letícia. "Ele disse que amava a Letícia e que a levaria para São Paulo com a Russa", contou um tenente da Polícia Militar à imprensa, na época, de acordo com O Globo.
O carro era um Chevette que, segundo a polícia, foi transformado em um automóvel de guerra. Duas escopetas que podiam ser acionadas pelos ocupantes apertando um botão no painel foram acopladas à dianteira. Na parte de trás, mais quatro escopetas que também podiam ser disparadas por meio do mecanismo.
Dentro do veículo, foram encontradas oito granadas de mão e duas bombas dentro do carro. Além disso, os dois tinham um mapa da área com o local do teatro onde o Xou da Xuxa era gravado assinalado.
Na época, o Rio de Janeiro enfrentava uma onda absurda de sequestros. Xuxa, porém, não quis comentar o ocorrido, mesmo com dezenas de jornalistas atrás dela. "O que é que houve que vocês estão todos aqui? Se é sobre o que aconteceu aí fora, eu não vou falar nada", disse à imprensa.
Quem atendeu os jornalistas foi Marlene Mattos, então empresária da rainha dos baixinhos, com quem ela travou uma guerra após acusá-la de abuso e crueldade. A diretora falou que Xuxa estava assustada com a situação, e até chorou ao ser questionada sobre sentir medo de ser sequestrada.
Na época, a loira gravava uma versão em espanhol do seu programa em Buenos Aires, e até ficou uns dias a mais na capital argentina após o acontecimento.
"Ela chegou em casa abalada, dizendo que estava com medo. Abraçou o cachorrinho ao entrar, e disse: 'Olha aí, quase que eu não volto'. E começou a chorar. A Xuxa é uma pessoa muito sensível e está triste com essa onda de violência. Quem não ficaria? Ela adora o Brasil e não quer viver fora daqui", contou Marlene ao jornal O Globo.
Quem planejou o crime foram os irmãos Alberto e Douglas Loricchio, de 18 e 21 anos, respectivamente. Letícia Spiller comentou que nunca havia os conhecido, e a tentativa de atentado a deixou assustada e alerta.
"Não sei o que eles queriam, mas não me entra na cabeça que estivessem planejando algo ruim para a Xuxa. Ela não merece violência, e sei que há lá em cima um ser superior a guiando para que nada de mal aconteça", afirmou. "Vou me cuidar mais. Antes, eu saía sozinha para passear de bicicleta, ir a um shopping, à discoteca."
Cinco dias após ser hospitalizado, Alberto Loricchio morreu. Os vigias que o detiveram disseram que, além de ter sido ferido no pescoço, ele tentou se matar cortando os pulsos com pedaços de vidro, mas seu quadro havia melhorado após uma cirurgia.
A morte foi vista como uma surpresa, mas há quem desconfie de que ele possa ter sido morto em retaliação ao assassinato do policial que o abordou --o que nunca foi, de fato, comprovado. Após a morte dos dois suspeitos, o inquérito foi arquivado, e o assunto não veio à tona nem mesmo no documentário da rainha dos baixinhos exibido no Globoplay.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.