Criança Esperança
Marcos Rosa/TV Globo
A atriz e mobilizadora Dira Paes na apresentação da campanha de 2017 do Criança Esperança
FERNANDA LOPES
Publicado em 18/7/2017 - 6h36
Dira Paes enfrentou um desafio durante suas preparações para a campanha de 2017 do Criança Esperança. É o terceiro ano da atriz como porta-voz e apresentadora do programa, e uma de suas funções no posto é acompanhar pessoalmente projetos apoiados pela Unesco. A ONG que Dira visitou neste ano trata de crianças com câncer e a fez se emocionar com a lembrança de um familiar que perdeu para a doença.
"Na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva [em Natal, Rio Grande do Norte], fiquei impressionada. Eles pensaram em tudo que envolve e é preciso para cuidar e apoiar essa criança e a família. Eu perdi uma sobrinha com câncer e estava com muito medo de ir lá", conta.
"Isso aconteceu há 30 anos com a minha sobrinha. Ela foi muito bem assessorada, teve tudo de bom, mas é muito difícil. Quem perde uma criança assim [entende], você quer ficar no lugar dela, a pior coisa é ver uma criança sofrer. Eu estava indo num lugar onde achei que eu ia sofrer muito. Mas nós fomos com esse espírito de levar felicidade, vida, e eles nos devolveram em dobro", afirma.
A atriz de 48 anos participou do lançamento da campanha da 32ª edição do Criança Esperança e se emocionou quando falou sobre como essa experiência na Casa Durval Paiva marcou sua trajetória no projeto.
"São as lições que você toma e te fortalecem. Dois dias depois [da visita], você cai em si e reflete sobre tudo, se emociona. Não dá para sair incólume de uma coisa dessas. Você não sai incólume sendo mãe de bebê, tendo leite no peito, e pegando no colo crianças que você sabe que têm futuro muito incerto. É um trabalho que demanda preparo emocional para lidar com isso. De repente, você tem um encontro desse que te desestrutura. Aí é ter força, retocar [a maquiagem] e continuar", conta.
reprodução/TV globo
Dira Paes e Flávio Canto pedem doações dos telespectadores em vídeo do Criança Esperança
Atriz e militante
Dira foi escolhida pela Globo como uma das mobilizadoras do Criança Esperança em 2015, junto com Lázaro Ramos, Leandra Leal e Flávio Canto. Os quatro já tinham participado de projetos sociais, mas sofreram preconceito e foram questionados por seus próprios amigos e familiares sobre a idoneidade do Criança Esperança.
Para tentar acabar com suposições negativas contra o programa, a Globo decidiu colocar os apresentadores para que desmintam, em vídeos que serão veiculados nos intervalos comerciais, acusações feitas à emissora e ao Criança Esperança.
Dira, por exemplo, participa de uma propaganda dizendo que o dinheiro [das doações] passa longe da Globo. "As pessoas criticam por pura falta de informação", ela acredita.
Além de ajudar a divulgar o programa e pedir doações na TV, Dira quer ter uma atuação ainda mais incisiva no Criança Esperança e na mudança da sociedade brasileira.
"Não adianta também nós artistas, que temos alguma visibilidade pública, não irmos no cerne da questão. Eu quero falar sobre questões estruturais, possíveis de serem mudadas, e descobrir quem é o representante de cada Estado que está no Congresso e vai poder mudar nossa realidade. Estrutura é falar de política, de leis, de exigir dessas pessoas [políticos]", explica.
"Isso é suprapartidário, a esquerda e a direita querem a mesma coisa _os de bem, né? Queremos justiça social, igualdade, para que a violência não seja uma reação a uma barriga sem comida. Que o combate seja na estrutura", declara.
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