Tratamentos exóticos
Reprodução/Instagram
Luciana Gimenez publicou fotos do tratamento feito com seu próprio sangue no Instagram
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 18/7/2017 - 6h34
Usar sangue do próprio corpo, fezes de rouxinol e veneno de cobra para ficar bonita e jovem parece exótico, para não dizer bizarro. Mas esses são ingredientes de tratamentos de beleza adotados por celebridades. Luciana Gimenez, 47 anos, é uma delas. A apresentadora não esconde que o segredo da sua pele é usar o próprio sangue para combater o envelhecimento.
Esse tratamento consiste em retirar uma pequena quantidade de sangue da paciente e colocá-lo em uma centrífuga para separar seus diferentes componentes. O resultado é um plasma rico em plaquetas.
"Essa parte do sangue é capaz de ser ser utilizada como um preenchedor contra as rugas. As plaquetas são as células do sangue que ajudam o tecido a curar e a desenvolver novas células. O plasma injetado em áreas específicas da pele atua como uma matriz que faz o colágeno crescer, regenera o tecido e suaviza rugas", explica a dentista Josi Robaina, diretora da clínica carioca Lumina Smile Centro de Reabilitaçāo Oral e Estética.
A especialista em beleza diz que esse tratamento conquistou muitas famosas porque a aplicação estimula de maneira potente a reprodução celular. "Outros tratamentos não atuam dessa maneira intensa e autóloga. Ou seja, quando é utilizado o próprio material biológico do paciente, imune de substâncias sintéticas e sem complicações e efeitos colaterais".
Josi revela que uma sessão custa entre R$ 900 e R$ 1.500. A eficácia de cada aplicação dura três meses. "O número de aplicações de plasma que cada pessoa precisa deve ser indicado individualmente, pois depende da qualidade muscular e profundidade de rugas presentes" , diz ela, que também recomenda tratamento com uma aplicação por mês, durante cinco meses.
Alerta
Em alguns países o tratamento é regulamentado, mas no Brasil a dermatologista Letícia Siqueira Sousa afirma que a técnica é experimental. "Não é aprovada aqui, e a pessoa que se submete precisa saber que o maior risco é ter infecção, inclusive com sangue de outras pessoas", alerta a especialista. Ela é associada da Sociedade Brasileira de Dermatologia e atende na clínica Maddarena, em São Paulo, muitas mulheres que vão atrás do procedimento apelidado de "peeling de vampiro".
A médica não faz esse tratamento, diz que ainda espera que mais testes e pesquisas sejam realizados. No entanto, ela não vê problemas em receitar cremes à base de veneno de cobra e secreção de caramujo, que ficaram conhecidos após famosas falarem que usam.
Scheila Carvalho e Angelina Jolie já divulgaram que usam veneno de cobra em creme contra pés de galinha. "Tem industrializado, mas também tem como fazer manipulado em farmácias. Não chega a ter a eficácia de um botox, mas dá uma relaxada na musculatura e as rugas ficam atenuadas", conta Letícia.
O uso é diário. O custo varia de R$ 150 a R$ 200 por um pote, que dura de dois a três meses. "Não recomendo como tratamento único, associo a outros procedimentos mais potentes", comenta a médica.
Já o creme de secreção de caramujo tem efeito tensor. É recomendado para dar sustenstação à pele e também pode ser encontrado industrializado ou feito em farmácias de manipulação. "Ele não substitui um preenchimento nem uma cirurgia, mas é uma opção de tratamento para quem tem medo ou não quer uma intervenção cirúrgica", explica. O creme para área dos olhos ou para todo o rosto custa R$ 200, aproximadamente.
Nem Josi Robaina nem Letícia Siqueira trabalham com produtos de fezes de rouxinol. Mas o cocô desse passarinho foi apontado no exterior por Victoria Beckham e Tom Cruise como um cosmético poderoso para eliminar manchas.
A matéria-prima inusitada é transformada em pó. Com o produto, a pele é esfoliada para que fique mais lisa e brilhante.
"Hoje em dia, as pessoas têm acesso fácil a muitas informações. O mais importante é procurar um especialista para avaliar o seu caso. Cada um tem um rosto e um tipo de pele diferente. Nunca copie um tratamento por ser moda. Muitos artistas divulgam tratamentos para fazer marketing, mas às vezes nem os fazem", avisa a dermatologista.
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