Porto dos Milagres
Reprodução/Viva
A atriz Cássia Kis em cena como Adma, vilã assassina que ela interpretou na novela Porto dos Milagres (2001)
REDAÇÃO
Publicado em 30/7/2019 - 4h53
Cássia Kis fez uma das principais personagens de sua carreira em Porto dos Milagres (2001), de Aguinaldo Silva, e lembra que atuar na novela era um mistura de tortura com prazer. Na pele da vilã Adma, uma serial killer, ela gravava muitas cenas por dia, se esforçava demais, tinha sérios embates com outros personagens e chegava a se estressar com a equipe.
"Adma era sinônimo de maldade. Foi um dos maiores presentes que o Aguinaldo me deu. [Mas] Eu me lembro que foi muito trabalhoso. Nós gravávamos às segundas, terças e quartas em média 40 cenas. Eu acordava de madrugada pra poder decorar as cenas, já tendo estudado à noite. Era uma mistura de tortura com prazer", diz Cássia em depoimento à série documental As Vilãs que Amamos, do canal Viva.
Era tanto trabalho e cenas tão complexas que a produção da novela chegou a oferecer a Cássia um ponto eletrônico, para que alguém ditasse as falas que ela teria de dar. A atriz não gostou da sugestão e deu uma resposta ríspida.
"A produção ligava e falava: 'Você não tá precisando de ponto? Porque hoje você tem uma cena enorme, você vai conseguir memorizar?'. Eu dizia [em tom de grito]: 'Não, eu não preciso de ponto, eu só preciso de silêncio dentro do estúdio", conta a atriz.
Na trama, Adma considerava que seu marido e prefeito da cidade, Félix (Antonio Fagundes), era um rei e, por isso, matava todos que o ameaçavam. Ela tinha uma tática infalível: servia bebidas (suco, chá, café) e colocava no copo um pó venenoso que guardava dentro de uma pedra falsa em seu anel. "Puxa, eu matei sete personagens dentro dessa novela, quer mais vilã do que isso? É uma delícia", brinca.
Cássia lembra que, na época, ganhou vários prêmios por sua atuação em Porto dos Milagres, inclusive o Troféu Imprensa (do SBT) e o Melhores do Ano (do Domingão do Faustão), mas defende que o mérito não é só seu.
"Se tem alguma coisa que toca é saber que você construiu um bom trabalho e que a gente não faz isso sozinha. Tem parceiros de cena sempre, tem uma equipe que torce por você, tem uma boa história, um autor que entende o que você está fazendo... Que todas as brigas valem a pena dentro de um estúdio, porque às vezes você briga por uma coisa ou outra", explicou.
Além de Adma, a atriz interpretou outras vilãs na Globo, como a Ilka Tibiriçá de Fera Ferida (1993) e a Carolina de Amores Roubados (2014).
Mas ela entrou para a história mesmo na pele de Leila Cantanhede, que foi revelada como a assassina de Odete Roitman (Beatriz Segall) no último capítulo de Vale Tudo (1988). Segundo o diretor Dennis Carvalho, Cássia foi escolhida para cometer esse crime na novela porque era a atriz com mais "cara de louca" no elenco.
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