Casagrande e Globo vencem Ana Paula Henkel em processo por danos morais

Walter Casagrande e a Globo venceram um processo de danos morais movido por Ana Paula Henkel. A ex-jogadora de vôlei pedia uma indenização de R$ 100 mil por ter sido alvo de críticas do comentarista em um texto publicado por ele no blog De Peito Aberto, no Globo Esporte, em 2021.

A vitória à emissora e ao ex-contratado da empresa foi concedida pela juíza Rosana Moreno, da 3ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros, em São Paulo. A magistrada entendeu que as críticas de Casagrande não excederam a liberdade de imprensa e também não resultaram em ataques que pudessem gerar danos morais à ex-atleta.

No texto, publicado por Ana Paula em seu Instagram, a juíza declara que as críticas de Casagrande sobre a ex-jogadora de vôlei foram feitas com base em informações compartilhadas por ela mesma em suas redes sociais, como preferências políticas e assuntos relacionados à pandemia da Covid-19.

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"Não fez o corréu, por exemplo, menção a qualquer assunto pertinente à vida privada da autora, situação que mais se aproximaria de extrapolar a liberdade jornalística, tendo apenas exprimido sua opinião acerca das manifestações públicas da requerente", diz a magistrada.

Com a decisão da juíza, que cabe recurso, Ana Paula terá que pagar aos advogados da Globo e de Casagrande 10% do total do valor requerido por ela.

Na época em que escreveu o texto, Casagrande definiu a ex-jogadora de vôlei como "defensora dos violentos, dos antidemocráticos, das armas e de tudo o que é ruim na nossa sociedade".

Sentença gera revolta

Ao saber da decisão da juíza, Ana Paula usou seu espaço no programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, para atacar a magistrada e dizer que foi vítima de uma "sentença ideológica".

"Disponibilizo a sentença incrivelmente ideológica e recheada de retórica política da juíza Rosana Moreno Santiso no caso contra o ex-jogador Casagrande e a Rede Globo. Ainda cabe recurso, mas o fato de ter havido um preconceito sobre a minha pessoa pela juíza --que em nove páginas claramente não se ateve ao objeto do processo-- é estarrecedor", escreveu. 

Apoiadora de Jair Bolsonaro, Ana Paula ainda sugeriu que a sentença foi tomada com base nas preferências políticas da magistrada:

Igualmente chocante é o fato de que a juíza assinou a tal Carta pela Democracia da USP [Universidade de São Paulo] --aquela que militantes petistas em várias áreas assinaram, mas que todos nós sabemos que foi criada para expressar apoio a um político corrupto e ex-presidiário.

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