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ANA CAÑAS

Cantora tenta salvar bagagens em área alagada após ficar ilhada em enchente

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ana Cañas voltava do Rio de Janeiro e ficou ilhada na Marginal Tietê

Ana Cañas voltava do Rio de Janeiro e ficou ilhada na Marginal Tietê; cantora atravessou enchente caminhando

REDAÇÃO

Publicado em 10/2/2020 - 23h00

A cantora Ana Cañas passou sufoco nesta segunda-feira (10) por causa das fortes chuvas que atingiram São Paulo. A cantora voltava de ônibus do Rio de Janeiro e ficou ilhada na Marginal Tietê, a poucos quilômetros do Terminal Rodoviário do Tietê. Após ficar mais de oito horas parada na via, ela decidiu atravessar o alagamento caminhando.

"O dia que atravessamos o Rio Tietê", disse a cantora em seu perfil na rede social, com direito a fotos e vídeos.

"Saímos, minha produtora (Juliana Periscinotto) e eu, ontem do Rio de Janeiro, às 23h. Pegamos um ônibus leito voltando felizes do show lindo no Circo Voador na noite de sábado (8). Às 6h10 da manhã de hoje, o ônibus parou na Marginal Tietê e não andou mais. O rio transbordou por conta da chuva e foi o caos", detalhou em seu Instagram.

"Permanecemos mais oito horas dentro do busão na esperança das águas baixarem e o fluxo voltar. Só que não. Sem água, comida e com o banheiro totalmente inutilizável, decidimos juntas, às 14h30, descer do ônibus carregando as malas, o violão, a lojinha, os microfones e andar pela avenida. Logo à frente havia um trecho quase intransponível, a água chegava nos joelhos", narrou.

A tempestade que atingiu a capital fez o tio Tietê transbordar, espalhando fezes pelas vias próximas. A cantora não se intimidou com a situação. "Estamos carregando as malas, violões. Os pés encharcados de merda", disse mostrando os pés molhados.

Ana e Juliana queriam chegar até a Rodoviária do Tietê e pegar o metrô. "Arregaçamos as calças, levantamos as malas, cobrimos o violão com um cobertor e, literalmente, andamos pelas águas do Rio Tietê. Foram mais de duas horas de caminhada. Quatro quilômetros por calçadas destruídas", contou a cantora.

As profissionais classificaram o dia como 'cenas do apocalipse'. "Carros, caminhões e ônibus parados, crianças nos colos de suas mães, uma van ambulatorial com muitos idosos dentro. Foi desesperador. Helicópteros fizeram alguns resgates pela manhã", detalhou.

Diante do caos, Ana refletiu sobre a situação. "Não conseguimos parar de pensar nas pessoas que perdem seus bens, suas casas, seus pertences. Nesse momento, pessoas ainda permanecem na avenida. Sem previsão de saída", finalizou.

Confira fotos e vídeos de Ana Cañas na enchente:

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o dia que atravessamos o rio tietê 😰😥 (ARRASTA pro lado pra ver). saímos, minha produtora e eu, ontem do rio de janeiro às 23H. pegamos um ônibus leito voltando felizes do show lindo no circo voador na noite de sábado. às 6H10 da manhã de hoje o ônibus PAROU na marginal tietê e não andou mais. o rio transbordou por conta da chuva (e por conta dos investimentos abaixo dos 50% à prevenção de enchentes do governo dória) e foi o CAOS. permanecemos mais 8 horas dentro do busão na esperança das águas baixarem e o fluxo voltar. só que não. sem água, comida e com o banheiro totalmente inutilizável, decidimos juntas às 14H30 descer do ônibus carregando as malas, o violão, a lojinha, os microfones e andar pela avenida. logo à frente havia um trecho quase instransponível - a água chegava nos joelhos. mas para chegar até a rodoviária e pegar o metrô, tínhamos que atravessar aquele pedaço. arregaçamos as calças, levantamos as malas, cobrimos o violão com um cobertor e literalmente andamos pelas águas do rio tietê. foram mais duas horas de caminhada. 4 KM por calçadas destruídas. carros, caminhões e ônibus parados, crianças nos colos de suas mães (um menino chorava assustado sem conseguir descer da mureta alta), uma van ambulatorial com muitos idosos dentro. foi desesperador. helicópteros fizeram alguns resgates pela manhã. enfim... semana passada fiz um post falando sobre as dificuldades que artistas passam para executar seu trabalho nesse país. mas hoje percebi a condição de privilégio porque mesmo exausta, sem comer ou beber água e carregando muitas malas, eu tinha uma casa pra voltar, um chuveiro pra tomar banho. nos revezes da vida (e no descaso do governo), bom mesmo é poder contar com alguém que partilha da mesma jornada, te estende a mão e ainda sorri junto. rir pra não chorar. não conseguíamos parar de pensar nas pessoas que perdem seus bens, suas casas, seus pertences. nesse momento, pessoas ainda permanecem na avenida, sem previsão de saída - vimos apenas um carro da CET no trajeto todo. seguimos fortes, muito tocadas pelo que vimos e vivemos hoje. obrigada @juperiscinotto por segurar na minha mão no meio do caos ❤️

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