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GABRIELA MEDEIROS

Buba de Renascer manda indireta para quem reduz mulher trans: 'Só botar salto?'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Gabriela Medeiros usa uma blusa preta de mangas compridas; o cabelo dela ultrapassa um pouco os ombros. A atriz está séria no Conversa com Bial desta quarta (4)

Gabriela Medeiros no Conversa com Bial desta quarta-feira (4); atriz falou sobre transição

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 5/9/2024 - 9h15

Intérprete de Buba em Renascer, Gabriela Medeiros tem ressalvas quanto a certas abordagens do que é ser uma mulher trans. Ela acredita que essa vivência está sendo banalizada por meio de perfis nas redes sociais, como se o processo de transição fosse puramente estético --e não uma jornada interna, de autoconhecimento e autopercepção.

"Não é fácil [a transição]. Eu sinto que tem se banalizado um pouco... É uma trend [tendência, em tradução livre] ser uma mulher trans? É um conteúdo que vai te dar view, te dar retorno? O que é ser mulher? É um produto? Botar um salto, ter um cabelo até aqui? O que é ser mulher?", questionou ela, no Conversa com Bial desta quarta (4).

Para além de cirurgias, implantes e terapias de hormonização, ela acredita que o termo "essência" responde sua pergunta. "[Ser mulher] É uma coisa muito de dentro. É tão forte... Que quando eu me olhava no espelho, eu falava: 'Não'... É uma coisa que quase explode, assim. Então, foi muito difícil mesmo", declarou.

A atriz tentou lutar contra a redesignação num primeiro momento. "Cheguei a começar a transição, ai eu destransicionei. Aí eu: 'espera, calma, não'. Aí eu fui tomando força, e eu comecei a procurar ajuda. Porque eu pensei que queria ser da forma como me pedem para ser. Eu não quero abdicar do amor da minha família. Eu não quero abdicar de ser amada...", revelou.

"Mas você não podia abdicar de você", rebateu Pedro Bial, o apresentador da atração. "Foi quando eu entrei nesse lugar assim. 'Eu não vou me abandonar'. E esse foi o maior ato de amor que eu já fiz por mim".

Ela esperou completar 18 anos para começar seu processo, o qual sempre encarou com seriedade. "Não é assim: 'Ah, vou transicionar'. Não. Eu quero passar com uma ajuda psicológica, eu quero passar com um médico especializado, eu quero entender esses processos. E aí eu fui em busca de uma UBS [Unidade Básica de Saúde] que tem na República [bairro no centro da cidade de São Paulo], que é maravilhosa, e comecei a me cuidar", explicou.

Só então ela começou o processo de hormonização. Quando tudo foi resolvido, ela comunicou a família da decisão. "E foi um choque", revelou a paulistana. "Você não teve amparo da sua família?", perguntou Bial. "Não. Não tive. Eu acho que todo mundo relutou muito nesse primeiro lugar. Mas Deus me colocou pessoas que me acolheram muito", arrematou a intérprete.


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