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BASTIDORES

Boni diz que Globo é emissora de 'esquerda' e que donos são anti-Bolsonaro

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, no documentário de Xuxa Meneghel no Globoplay

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, no documentário de Xuxa Meneghel no Globoplay

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 16/8/2024 - 12h58

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, revelou detalhes dos bastidores da Globo durante o infame debate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello, transmitido pelo Jornal Nacional em 1989. Boni compartilhou que a decisão de favorecer Collor foi pessoal de Roberto Marinho (1904-2003), que era simpatizante do político.

Segundo Boni, atualmente, a emissora "pende para a esquerda", embora não concorde plenamente nem com os ideais de Lula nem com os de Jair Bolsonaro.

Em 1989, a Globo exibiu o debate entre Lula e Collor de maneira editada, o que levou à percepção de que houve um tratamento desigual entre os dois candidatos. A própria emissora reconheceu, posteriormente, que favoreceu Collor. Desde então, a Globo passou a transmitir entrevistas com candidatos ao vivo. Boni explicou que a decisão de editar o debate para beneficiar Collor foi tomada por Roberto Marinho, destacando que essa medida foi arriscada e que, hoje, a emissora evita reedições em debates.

"O doutor Roberto nunca infiltrou nada na Globo a favor do Collor. A simpatia dele era pessoal. Ele não nos impôs essa simpatia, tanto que a Globo de hoje impede a edição de qualquer debate. Ou ele vai na íntegra ou vai apenas em tópicos. A reedição é perigosa", admitiu Boni em entrevista ao Estadão.

Ele também comentou que, em sua visão, o jornalismo da Globo, embora de alta qualidade, parece inclinado para a esquerda. "Acompanho o jornalismo da Globo, de altíssima qualidade, como acompanho o da Band, da Cultura, da CNN, da ABC... Mas a Redação da Globo, me parece, e falo como um mero espectador... Acho que o caminho da Globo é mais à esquerda. Ela foi tão pressionada pelo Collor que teve que festejar o Lula --que outrora tinha rejeitado", acrescentou.

Apesar de a Globo afirmar que mantém uma postura imparcial em suas apurações jornalísticas, Boni destacou que o equilíbrio da emissora tende a ser mais crítico a Bolsonaro do que favorável a Lula. "O pessoal é muito anti-Bolsonaro. Não é nem a favor do Lula. Eu não conheço ninguém na direção da TV Globo que seja politicamente partidário do PT, nem do Lula. Mas sei que todo mundo tem uma resistência muito grande ao Bolsonaro", declarou.

Como presidente da TV Vanguarda, afiliada da Globo em São José dos Campos (SP), Boni opinou que o jornalismo televisivo precisa evoluir para se adaptar às mudanças na sociedade, abandonando um estilo considerado por ele como "duro" e "sério demais".

"Esse jornalismo de hoje, embora o pessoal da Globo o faça muito bem em matéria de conteúdo, do ponto de vista formal tem que mudar. Está na hora de ter mais imagens do que som. E as questões filosóficas que determinam o que você vai colocar na pauta têm que mudar. O mundo mudou, a sociedade mudou. A televisão tem que botar o pé no acelerador e fazer andar mais rápido tudo que ela faz", concluiu Boni.


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