ALLAN SOUZA LIMA
REPRODUÇÃO/RECORD
Allan Souza Lima e a bailarina Carol Dias na performance do jive no Dancing Brasil
GABRIEL PERLINE
Publicado em 28/11/2018 - 6h15
Beira à insanidade o que Allan Souza Lima faz quando não está no palco do Dancing Brasil. O ator vem se destacando no reality show da Record graças a um treinamento de disciplina militar ao qual decidiu de submeter, por conta própria, para conquistar o título. Resultado: ele desmaiou ao vivo em sua última performance, sofreu diversas lesões musculares, ficou desidratado e precisou ir ao hospital.
Até segunda-feira (26), Allan acumulava 587 horas de ensaios, quatro vezes mais do que as 144 que a Record propõe para os participantes que alcançaram essa altura da competição. Ele chega a ficar 16 horas consecutivas dentro do estúdio. Os resultados de tamanha dedicação têm sido perceptíveis no palco, mas seu corpo já lhe deu diversos sinais de estafa.
"Eu perdi 11 quilos desde que o programa começou, cheguei ao meu limite de exaustão físico e emocional. Estou com canelite, tive estiramento na coxa, contratura muscular na escápula, fui bater no hospital nessa semana porque estou desidratado. É meio maluco. Eu tenho esse processo de entrega no meu trabalho e estou feliz por isso", disse ao Notícias da TV.
Há quatro semanas consecutivas Allan vem liderando a competição, recebendo as maiores notas dos jurados. Mas na última quarta-feira (21), ele deu um susto na produção ao desmaiar ao vivo, logo após se apresentar ao som do jive, e precisou ser atendido às pressas pelos bombeiros do estúdio.
"A gente sempre faz o ensaio geral na terça e eu não consegui. Estava muito debilitado, acordei muito mal e fui para o hospital tomar soro. Na quarta, no dia da apresentação, eu não estava bem. Quando a apresentação acabou, eu dei uma leve caidinha, mas segurei a onda porque estava no palco. É o instinto de sobrevivência mesmo. Quando a adrenalina baixou eu comecei a passar mal", lembrou.
Esse ritmo intenso e insano de trabalho é o que motiva o ator, que diz não saber trabalhar de outra maneira. A imersão na dança, que inclui ensaios em plena madrugada, chamou a atenção da produção, que tentou avisar Allan Souza Lima de que seus exageros poderiam lhe trazer prejuízos.
"A produção, no início, queria proibir a minha bailarina de ensaiar por tanto tempo, achavam que eu não ia aguentar, mas eu estava no início do processo, tinha muita coisa pela frente, e disseram que meu corpo não iria aguentar. E eu meio que me estranhei com a produção e falei que ninguém se mete no meu processo. Eu sou assim, gosto de fazer imersão. Eu trabalho muito na exaustão", afirmou.
Allan Souza Lima e Carol Dias emocionaram os jurados na dança contemporânea
Questionado se o empenho era motivado pelos R$ 500 mil prometidos ao vencedor do reality show, ele é categórico ao refutar a ideia de que sua dedicação seja motivada pelo dinheiro. "Tudo o que faço é pelo meu amor pela arte."
"Sempre faço isso. Não sei se é bom ou se é ruim. Eu me esqueço como pessoa. Nunca me trouxe nenhum prejuízo ser assim. No início da produção, veio a psicóloga do programa falar comigo, e eu a dispensei, porque a minha terapia eu resolvo no palco. Tenho muita dedicação, muito amor pela causa", disse.
Dançar ou ficar pelado?
Allan Souza Lima não ficou nem um pouco reticente quando o diretor Kleber Mendonça Filho o pediu para tirar a roupa e gravar uma cena de nu frontal e protagonizar uma cena de sexo com Sônia Braga no premiado filme Aquarius (2016), mas titubeou quando recebeu o convite para participar do Dancing Brasil.
"Sempre tive um receio por ser um reality show. Quando me convidaram eu fiquei um pouco reticente, o que me deixou receoso foi o fato de ser um reality, uma grande exposição. Existe uma diferença entre falta de privacidade, que é natural para nós artistas, e a invasão de privacidade. A partir do momento que eu deixo de ser artista e começo a usar meu nome, Allan, colocando um pouco do meu dia a dia, isso começa ter um perigo de cair muito na área da autoexposição", avaliou.
"Sempre fui muito reservado, tinha o intuito de mostrar o meu trabalho, mostrar o Allan junto com o artista que ele tem. Junto isso tem o Aquarius, que foi um trabalho tão delicado, a história pedia uma naturalidade. Não me incomoda essa exposição, porque ali eu não estou como Allan, eu estou envolto em um personagem. Eu não me incomodo com a nudez, eu me incomodo como ela é colocada."
O Dancing Brasil chega ao fim na próxima quarta-feira (5), e Allan é um dos favoritos ao prêmio de R$ 500 mil. Caso vença, ele pretende usar o valor em projetos que têm desenvolvido para o cinema.
"Acho que as pessoas criam muita expectativa e isso acaba atrapalhando. Eu não penso na questão dos R$ 500 mil. Eu já deixei de pagar aluguel para bancar projetos meus, mas eu devo rodar um longa meu, já tenho uma parte da verba e falta o resto", comentou.
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