Ator de O Rei do Gado quis ser comunista, mas foi recusado por orientação sexual

Antes de fazer história na teledramaturgia brasileira no papel de Geremias Berdinazzi em O Rei do Gado (1996), Raul Cortez (1932-2006) foi engajado politicamente no Brasil. Ele militou contra a Ditadura Militar (1964-1985) e até tentou se filiar ao Partido Comunista. Mas não foi aceito por conta de sua orientação sexual --o ator era bissexual, mas os membros do partido o enquadravam como gay e agiam com intolerância.

Raul Cortez começou a carreira no teatro em 1955. Ele foi se engajando cada vez mais na política brasileira, e em 1962 tentou entrar para o Partido Comunista.

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No entanto, de acordo com entrevista que deu à revista Veja em 1980, Cortez foi rejeitado pelo partido, por ter sido "acusado de ser burguês e homossexual". 

Na mesma entrevista, ele comentou o que pensava sobre a sexualidade. A ideia do ator, de uma vivência sexual mais fluida, era bem à frente de seu tempo: 

Atração é uma coisa que está no ar. Ninguém pode impor que a gente vá gostar só de homens ou transar só com mulheres

Raul Cortez foi casado duas vezes: com a atriz Célia Helena (1936-1997) e com a modelo Tânia Caldas. Ele teve duas filhas, uma com cada mulher. O ator morreu em 2006, vítima de câncer --ele havia descoberto a doença e sido submetido a tratamentos quimioterápicos contra tumores no pâncreas e no intestino delgado, mas não resistiu.

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