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EX-TREM DA ALEGRIA

Astro infantil dos anos 1980 critica crianças na TV: 'Carreira é muito difícil'

Divulgação

Luciano Nassyn, ex-Trem da Alegria, no palco de um de seus shows de pop rock - Divulgação

Luciano Nassyn, ex-Trem da Alegria, no palco de um de seus shows de pop rock

FERNANDA LOPES

Publicado em 9/9/2016 - 5h25

Nos anos 1980, um dos maiores ídolos das crianças brasileiras era Luciano Nassyn, integrante do grupo infantil Trem da Alegria, que fez sucesso com músicas como Uni-duni-tê e É de Chocolate. Hoje, aos 43 anos, Nassyn mudou de estilo: é cantor de pop rock e também trabalha nos bastidores, como produtor musical. Na infância, ele teve seu talento revelado pelo Festival da Criança, exibido pelo SBT. Apesar de afirmar que sempre gostou de ser artista, ele conta que não incentivaria outras crianças a seguirem o mesmo caminho.

"Por conta própria eu não levaria filho para concurso [de TV]. Tenho sobrinhos e irmãos pequenos, se meu irmãozinho virasse para mim e falasse 'quero cantar', eu diria que tudo bem. Mas só se a ideia de seguir o caminho artístico for deles mesmos. Hoje em dia, as coisas são muito rápidas, muito descartáveis, para consolidar uma carreira é muito difícil. Você percebe que tem pais que induzem os filhos a fazerem as coisas, e o filho absorve isso de uma forma muito ruim, isso não é legal. Uma criança pode se sentir muito mal por isso", acredita.

Divulgação

Capa do CD Trem da Alegria, lançado em 1986

Entre a infância e a adolescência, Nassyn fez vários tipos de trabalhos artísticos. Participou de muitos comerciais, abriu um show do grupo porto-riquenho Menudo e atuou até em uma pornochanchada aos 7 anos de idade. "Não fazia a menor ideia que era pornográfico, eu tinha que fazer o filho do casal. As cenas que eu tinha eram totalmente fora das cenas mais quentes. Eu ficava num quarto brincando com um monte de brinquedo, era bem legal", lembra, aos risos.

Na TV, o cantor chegou a participar de muitas atrações, como o Cassino de Chacrinha e o Programa do Bozo. Mas ele não titubeia ao eleger seu favorito: Clube da Criança, apresentado por Xuxa na TV Manchete. Até hoje, afirma ser amigo da "Rainha dos baixinhos". "Ela é linda, impressionante, brincalhona. Era uma relação super saudável [que tinham nos anos 1980]. Em 2009, fui com o pessoal do Trem da Alegria no programa dela [na Globo]. Continuo fã da Xuxa, gosto muito dela como pessoa", se derrete.

Nassyn também chegou a ensaiar uma carreira como ator: ele fez parte do elenco da primeira versão da novela Razão de Viver (1983), do SBT, da minissérie Anarquistas, Graças a Deus (1982) e da série Caso Verdade (1982-1986), da Globo. Ainda nos anos 1980, ele chegou a receber outros convites, das duas emissoras, para novos papéis, mas recusou todos.

"Hoje, para ser ator, tem que fazer muito laboratório e ter muita desenvoltura. Eu tenho no palco, mas não sei se atuando eu teria. Porque eu tenho um problema: começo a rir do nada. Não dá. Eu lembro que, em Anarquistas, Graças a Deus, eu tinha uma cena de choro, e foi incrível porque entrei no personagem e comecei a chorar. Mas percebi em Razão de Viver que fazer isso não é fácil. Comecei a ficar meio tenso, pensando: 'Atuar não é um negócio tão simples'. Preferi a música", explica.

Reprodução/Arquivo Pessoal

O cantor Luciano Nassyn na infância, quando se apresentava em programas de televisão

Novos caminhos

O cantor deixou o Trem da Alegria em 1988 (por se considerar "velho" para o grupo infantil aos 15 anos), e procurou outros caminhos profissionais. Ele chegou a ser dono de uma confecção de roupas, professor de música e vendedor de carros. Há três anos, trabalha como terapeuta holístico e aplica técnicas de radiestesia e reiki em seus pacientes. "Desde moleque tenho esse lado espiritual, essa busca espiritual. Já participei de várias religiões _as boas, as que tratam da natureza, de Deus como tem que ser. Peguei um pouquinho de cada uma, daquilo que eu achava que era certo, e hoje estou aí, fazendo todo esse tratamento com base na busca espiritual que eu tinha", ele conta.

A música também continua em sua vida, só que mais diversificada. Nassyn é dono de uma produtora de vídeos e, depois de tentar cantar rock pesado na década de 2000, hoje faz shows com músicas de pop rock. "Precisa trabalhar e eu prefiro não ficar dando murro em ponta de faca. Escolhi tocar pop rock porque é mais aceito, a gente consegue inserir algum rock and roll no meio", diz.

Nassyn quer lançar novas músicas e um novo CD em breve, mas seu principal projeto no momento é bem nostálgico. Ele quer começar uma parceria musical com Alex Gill, cantor que fez parte do grupo Polegar. "Quero lançar uma festa corporativa que se chamará Perdidos no Baile. Vou fazer com o Alex Gill e com outras cantoras", conta.

No repertório do ex-astro mirim, não faltarão músicas do Trem da Alegria. "Não me incomoda ser lembrado como o menino do Trem da Alegria, me incomoda só lembrarem disso, não fazerem esforços para conhecer o novo. Eu entendo, a época foi muito boa. Mas a gente tem coisa nova para mostrar. Eu canto músicas do Trem da Alegria em rock and roll, do meu jeitinho. É o ápice do show, o pessoal adora. Não tem como fugir", admite. 


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