GRAG QUEEN
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Gregory Mohd, a Grag Queen, dá depoimento para campanha por criminalização de terapia de conversão
Gregory Mohd, a Grag Queen, fez um forte desabafo sobre a tortura que sofreu durante sessões conhecidas como "cura gay". O artista, que apresenta a versão brasileira do reality Drag Race, disse que até hoje se sente "lesionado" pelo processo que também é conhecido como "terapia de conversão" --proibidas no Brasil pelo Conselho Federal de Psicologia.
O depoimento foi feito para a campanha Fim da Cura, que denuncia métodos de conversão de orientação sexual e de identidades de gênero. Além de recolher histórias de quem sofreu com a prática, o projeto também disponibiliza um abaixo-assinado para apoiar o PL (Projeto de Lei) 5034/2023 --o qual equipara o método ao crime de tortura.
"Eu tinha que ficar de jejum por sete horas, tinha que beijar meninas, namorar meninas para ir contra esse 'demônio'", explicou Gregory que foi levado pela família para a terapia por indicação de um pastor.
"Eles aplicavam eletrochoques em que a gente tinha de ficar numa fila, de olho fechado. Molhavam a nossa boca a nossa cabeça e tinham que dar tantos choques repetindo expressões: 'eu não sou gay' ou 'eu posso não ser perfeito, mas Deus vai me fazer perfeito" contou.
Segundo o apresentador, ele sente até hoje as marcas do processo de conversão que passou ainda na adolescência:
Imagina o peso que tem para um pré-adolescente levar um choque repetindo coisas que você não quer e nem consegue. Essa cura nunca chegou para ninguém. É um sacrifício. É uma invasão tão grande no seu jeito de existir.
Greg ainda fez um apelo para criminalização da prática. "Temos que criminalizar esses atos, foi criminoso o que fizeram comigo, me senti abusado mentalmente. Me sinto lesionado até hoje. Ninguém tem o direito de mudar a nossa biologia de ser livre", finalizou.
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