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WATCH PARTY

Até Galvão Bueno bateria cabelo: Ao vivo, Drag Race Brasil é esporte olímpico

REPRODUÇÃO/PARAMOUNT

A drag queen Organzza colocando uma coroa verde e amarela na cabeça na final de Drag Race Brasil

Organzza ergue a primeira coroa de Drag Race Brasil; watch party tem clima de Olimpíada

DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 16/11/2023 - 16h24

RuPaul Charles sempre comparou a franquia Drag Race com os Jogos Olímpicos. Assistir à final da primeira temporada de Drag Race Brasil em uma das festas oficiais deixa bem claro que o reality show é uma experiência tão arrebatadora quanto uma Copa do Mundo --com direito a gritos, torcida organizada e até inteligência artificial.

A reportagem acompanhou umas watch parties [festas em que as pessoas se reúnem para assistir simultaneamente a um conteúdo na TV ou no streaming] na madrugada de quarta (15). A boate Pink Flamingo, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, recebeu diversos eventos oficiais do programa

A noite, inclusive, foi comandada por uma ex-participante dos reality shows produzidos por RuPaul. Chloe V. representou o Brasil na segunda temporada de Queen of The Universe --a mesma competição que foi vencida por Grag Queen, que viria a se tornar a apresentadora oficial de Drag Race Brasil.

A visibilidade do reality, que já levou algumas dezenas de Emmys para casa, curiosamente não beneficiou apenas as 12 participantes. Afinal, um dos destaques da noite foram as drag queens residentes, além de outras artistas que se reuniram com o público --como Poseidon, Sasha Vegas, Dricca, Karoline Absinto e Mikaella Mendy.

"Assistir ao último episódio com meus amigos foi muito divertido, bem melhor do que ver em casa. O show das drags da casa completaram a noite", diz Diego Afonso em entrevista ao Notícias da TV.

Luiz Guilherme com Betina Polaroid e Shannon Skarlett (Foto: Acervo Pessoal

A exibição ao vivo, aliás, mostra que Organzza não foi a única a levar uma coroa para casa. Ela até ficou com o cheque de R$ 150 mil, mas outras participantes também levaram a sua parte no prêmio.

Eliminada na semifinal, Shannon Skarlett foi ovacionada pelo público nos primeiros minutos do programa. Luiz Guilherme Andrade, que participou de diversas watch parties ao longo da temporada, confessa que torcia pela drag queen carioca, mas acabou adaptando a sua torcida após a saída dela.

Ele se juntou aos fãs de Betina Polaroid, que se mostrou a única capaz de enfrentar Organzza à altura no volume e intensidade da torcida:

Apesar de ter visto alguns episódios antes ou em casa, assistir em grupo foi muito melhor. Ainda mais pela oportunidade de manter contato com as participantes e também apoiar mais as nossas drags locais. Amamos drag, não somente Drag Race.

Perucas para cima

Helenna Malditta pegou emprestado um pouco da torcida das outras participantes pela preparação na dublagem final, em que as quatro finalistas se apresentaram ao som de Envolver, de Anitta. Ela tinha não só um, mas dois vestidos embaixo do figurino oficial. Miranda Lebrão não causou a mesma comoção ao cortar a própria peruca com uma tesoura.

"Drag Race é, sem dúvida, a Copa do Mundo dos gays. Assistir à final ao vivo e com todas aquelas pessoas torcendo e curtindo juntas é o mais próximo que senti de ver meu time de futebol sendo campeão em um estádio", explica Miguel Cruz.

Isabella Siqueira não tinha visto qualquer episódio, mas decidiu acompanhar a final na Pink Flamingo ao lado de amigos. "Estava doida para ver performances de drags, então juntou tudo (risos). Eu vi zero o reality. Sabia que seria como todas as outras franquias, para o público internacional, queria ter visto algo mais brasileiro", avalia.

As gírias em inglês e a falta de referências mais nacionais a incomodaram. "Essa americanização me deixa chateada. Esperava ver mais a cultura drag brasileira, como a gente viu em Divinas Divas [2015]", finaliza ela, citando o documentário dirigido por Leandra Leal.

Inteligência artificial

As watch parties de Drag Race mostram como essa arte tem um forte viés político, não só na luta pelos direitos de pessoas LGBTQIA+. O discurso de Organzza, que sofreu diversos ataques racistas durante a temporada, mostrou o potencial do programa para servir de plataforma também para outras questões sociais.

A criatividade das artistas é outro ponto alto dos eventos. O público da Pink Flamingo assistiu não só a performances de "pequenos clássicos" como It's All Coming Back to Me Now, de Celine Dion. A canção chegou a ser usada duas vezes na franquia, nas versões americana e canadense.

O auge mesmo foi a utilização de uma versão "proibidona" de Chiclete com Banana de Jackson do Pandeiro (1919-1982). A paródia cheia de impropérios sexuais foi criada a partir de inteligência artificial utilizando a voz de Pabllo Vittar como base --e levantou a casa em um dos shows.

Veja trechos da Watch Party:


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