Igor Guimarães
Reprodução/YouTube
O humorista Igor Guimarães durante entrevista ao canal do YouTube do também comediante Bruno Motta
REDAÇÃO
Publicado em 23/1/2019 - 6h08
A decisão de revelar que é gay para o público e seus colegas do programa Pânico na rádio Jovem Pan não foi fácil para Igor Guimarães. O humorista diz que foi muito complicado expor sua intimidade e deixar de lado suas vaidades dessa forma, em agosto de 2018. Mas acha que valeu o esforço, por ser algo necessário para a sua carreira.
"Foi terrível. Pra fazer humor, a gente tem que se livrar das nossas vaidades, e é terrível, porque a gente gosta das nossas vaidades. Isso era uma vaidade que eu tinha, de não falar disso, de esconder isso. Aí veio o humor, me deu um socão na boca e disse que tem que falar, senão eu não iria conseguir passar de fase. Então eu falei. Mas foi difícil, não é fácil, não", falou ele.
A declaração foi dada em entrevista ao canal do humorista Bruno Motta no Youtube. "Fiz isso mais por uma questão de facilitar. Pra não falar pra cada um [sobre sua sexualidade], eu falo: 'Olha, gente, vê esse link aqui'. É uma questão mais prática mesmo", continuou Guimarães.
Motta comenta que a atitude do amigo foi importante, porque muitas pessoas tomam como exemplo o que veem os humoristas fazendo ou falando, e a decisão de revelar que é gay pode ajudar alguém que acompanhe sua carreira.
"Será que ajudou? Existem muitas formas de refletir sobre um assunto, às vezes com psicólogos e remédios, às vezes com humor. Esse leque é importante, a pessoa tem para onde correr", constata Igor Guimarães.
Além de integrante do elenco do Pânico na rádio, Guimarães também já participou de esquetes do Programa do Porchat e se apresenta em shows de stand up comedy. Ele chegou a fazer um teste para trabalhar em A Praça É Nossa, no SBT, mas a tentativa deu muito errado.
"O Carlos Alberto [de Nóbrega] me odiou. Eu fazia o marido de uma mulher do Nordeste, um homem que apanhava da mulher, andava com as mãos engessadas porque ela batia nele. Passamos o texto para o Carlos Alberto, ele tirou umas 70 piadas. Falava: 'Isso aí não pode'", lembra.
"Na hora de gravar, o diretor cortou mais coisa ainda, ficaram só duas piadas. Quando a gente estava gravando, minha peruca começou a subir. No fim do quadro, a peruca já estava aqui [quase na nuca]. Aí acho que o Carlos Alberto pensou: 'Eles não estão preparados, não estão prontos pra fazer humor'", contou, aos risos.
Mesmo rejeitado, Guimarães confessa que ainda gosta muito do SBT. Principalmente das atrações mais populares da emissora de Silvio Santos. "Gosto de programas trash. E eles não morrem, os grandes programas trash estão aí ainda. O povo adora essas coisas. Tipo Casos de Família, aquilo lá é muito bom. Eu queria ser o 'Christino Rocha' brasileiro", brincou ele.
Confira o vídeo da entrevista:
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