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DE EX-BBB A CANTORA

Após escapar de doença, Juliette encara preconceito e pressão para gerar dinheiro

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Juliette Freire está olhando para cima e veste um terno, em entrevista no YouTube

Juliette Freire lançou seu primeiro álbum, Ciclone, na quinta (24): cantora revela traumas e preconceito

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 25/8/2023 - 7h00

Juliette Freire se lançou como cantora logo após o BBB 21, mas seu primeiro álbum de estúdio só chegou dois anos depois, nesta quinta (24). Intitulado Ciclone, a obra reúne momentos íntimos da ex-maquiadora, agora artista, desde que foi jogada no meio do "furacão da fama" até aprender a andar com as próprias pernas no palco criado pelo público. A paraibana diz que ainda sofre preconceito por conta de seu sotaque e admite a pressão comercial por números estratosféricos tanto na internet quanto em lucros da música.

A ex-BBB tentou transmitir ao público sua trajetória de anônima a celebridade em poucos meses. Juliette nunca quis ser famosa e quase se viu cegada pelos holofotes. "Eu só queria ter mesmo dinheiro e dignidade. Ninguém saía do BBB extremamente famoso, era raridade", conta ela, em entrevista a jornalistas da qual o Notícias da TV participou.

"Eu queria sair com um dinheiro e fazer umas publis. Não me preparei para uma vida artística, para vencer nada, só pensava em ganhar dinheiro e seguir minha vida. Perdi pedacinhos de mim que eu sabia que eram a felicidade, coisas 'caras' que eu tinha, como privacidade e intimidade. Colocando na balança, estou no lucro. Me adaptei à vida de uma forma muito rápida", revela.

A maquiadora, cantora e influenciadora se disse incomodada com a pressão do mercado fonográfico para a produção desenfreada de músicas "sem qualidade". Juliette entende que precisa gerar lucro através de seu trabalho, mas não se importa de perder seguidores ou fãs se isso significar a entrega de um bom produto.

"Existe muita cobrança, é impressionante. O mercado diz que precisamos lançar muitas coisas, e rápido, todo mundo tem a receita certa, cheio de especialistas, estratégias... Por isso a Doja Cat deve estar louca", brinca ela.

É difícil, porque sempre tem opiniões. E, se não atingir o número tal, você flopa. Isso tira a naturalidade e a fluidez da música, até da qualidade às vezes, porque você tem pouco tempo de produção. Tem como hitar e atingir números com uma música de qualidade, você não precisa entregar qualquer coisa.

A neutralização do sotaque paraibano já foi imposta à Juliette em trabalhos anteriores. A cantora julga a música pop como um dos gêneros mais difíceis para cantores das regiões Norte e Nordeste serem reconhecidos. "O mercado é acostumado, infelizmente, à cultura predominante ser do Sul e Sudeste."

"Muitas vezes as pessoas não estão preocupadas com a música, e sim em fiscalizar o meu sotaque. Já é um pouco misturado, mas é individual. Noto que esse estranhamento existe, mas tento não ceder. Não vou fingir sotaque, não temos que nos render. Não tem porque fingir que a diferença não é boa. Já tentaram fazer isso comigo, mas já viram que não deu muito certo", dispara.

Juliette sente que venceu o medo. Na época em que lançou seu primeiro EP, ela estava sob suspeita de ter um aneurisma, mesmo problema que matou sua irmã aos 17 anos e acometeu sua mãe em 2019. A cantora inicialmente se recusou a buscar tratamento por acreditar que morreria, mas se surpreendeu ao ir para a mesa de cirurgia: a suspeita era, na verdade, uma formação atípica e rara na artéria cerebral.

"Antes, o sentimento era de insegurança e medo; agora, é de celebração. Estou me sentindo muito mais segura agora. Tenho muita certeza da qualidade do meu trabalho. Tinha medo do desconhecido, do novo, e também não estava em uma fase muito boa da minha vida. Da outra vez, no meu EP, eu tinha descoberto uma suspeita de aneurisma, então fiquei mal, nem comemorei. Mas agora eu irei fazer tudo, até uma festa", conclui, animada.

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