Após ataques, Sandra Annenberg protege a filha: 'Ninguém diz que é hétero'

Sandra Annenberg e seu marido, o jornalista Ernesto Paglia, são pais de Elisa, de 19 anos. Os três compareceram juntos à 27ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+, realizada em São Paulo no último dia 11 de junho. A apresentadora do Globo Repórter recebeu ataques homofóbicos nas redes sociais por isso, mas defendeu o direito de cada indivíduo ser respeitado por sua orientação sexual, inclusive sua filha.

"Ela nunca definiu nenhuma sigla. Eu respeito qualquer posição que ela tenha. Acho que não tenho nem que questionar isso. Como eu defendo que a sexualidade é de cada um, nunca coloquei rótulos na de ninguém. Ninguém diz que é hétero, então também ninguém tem que dizer que não é", disse Sandra em entrevista ao jornal O Globo.

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"Hoje em dia essa juventude, que é muito esclarecida, simplesmente vive. Não se rotula. Quando a gente entender e respeitar isso vai ser bem diferente. Porque não precisa colocar nada nas caixinhas. Tem que tirar das caixinhas", complementou ela.

Sandra também comentou os ataques e comentários preconceituosos que recebeu de haters nas redes sociais. "Ainda acredito que possa haver diálogo. No meu perfil eu tento conversar. Quem fala já vem com uma agressividade porque sabe que ninguém vai responder. Não precisamos chegar a um consenso, mas no mínimo ouvir um ao outro", explicou.

Além de seguir no comando do Globo Repórter, Sandra Annenberg está retomando um outro lado de sua carreira. Ela foi atriz nos anos 1980 --atuou, por exemplo, nas novelas Pacto de Sangue (1988) e Cortina de Vidro (1989). Agora, 32 anos depois, está de volta aos palcos com a peça Pedro e o Lobo, que estreia em 28 de julho no Theatro Municipal de São Paulo.

Eu que já fui atriz no meu longínquo passado não imaginava voltar para os palcos. Achava que as duas coisas [o Jornalismo e a atuação] eram muito incompatíveis. Mas, quando veio a pandemia, pensei: 'Agora que estou no Globo Repórter, tenho um pouco mais de tempo, o ritmo é outro. Eu podia talvez voltar a me aproximar disso de novo'.

"Já deu para sentir o frio na barriga. Estou com medo. Não faço isso há muito tempo. Você perde a prática e o conhecimento quando não exercita. É um pouco como andar de bicicleta, mas até a página dois. Ao mesmo tempo, estou com coragem de enfrentar esse medo e encarar o desafio", complementou Sandra.