DISCUSSÃO EM AVIÃO
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Ana Paula Renault abre o jogo sobre discussão com deputado e afirma que denunciará ameaças
Ana Paula Renault revela que virou alvo de ataques nas redes sociais após ter discutido com o deputado Nikolas Ferreira em um avião. A jornalista, que participou do BBB em 2016, rebate a versão dada pelo parlamentar e afirma que tomará todas as medidas cabíveis contra as ameaças. "Não ficará impune", assegura ela.
Ana detalha como o confronto começou em uma conversa com o Notícias da TV. Ela explica que já estava no avião quando Ferreira embarcou. Ao notar a presença dele no corredor, iniciou debate. "Eu falei: 'Transfobia mata, transfobia é crime'", relata.
Em seguida, o aliado de Jair Bolsonaro se sentou em um poltrona ao lado dela. "Aí eu disse que era um absurdo e perguntei o que ele queria com aquilo, ao expor mulheres transexuais em pleno Dia Internacional das Mulheres. Ele respondeu: 'Eu falo o que eu quero, como eu quero, na hora que eu quero. Não é crime nem nada'".
Na quarta (8), Ferreira usou uma peruca loira durante um discurso transfóbico na Câmara dos Deputados. Após o caso, Ana engajou em um movimento que pede a cassação do mandato do político, iniciado pelas deputadas Erika Hilton e Duda Salabert. A comunicadora pontua que encontrar com ele não pode ter sido uma mera coincidência:
O avião decolou e fiquei em silêncio. Eu já estava inserida nessa história. Não é questão de biscoitar nas redes sociais, eu sou jornalista. Se ganhei seguidores, foi por conta da minha participação no Big Brother Brasil. Só entrar no meu perfil e as publicidades que faço. Meu dinheiro vem a partir do meu trabalho como jornalista.
Como aliada do movimento LGBTQIAPN+, Ana ressalta a importância de se posicionar contra atos preconceituosos. Não à toa, ela refletiu sobre suas amizades que pertencem à comunidade e decidiu gravar um registro da discussão com Ferreira. "Assim como busco respeito e espaço como mulher, eu quero que isso aconteça com toda a nossa sociedade", pondera.
Ana conta que não obteve o apoio da maioria dos passageiros. Ela foi cercada por Ferreira e seu segurança, defendida por um idoso e uma mulher. "O senhor saiu do fundo do avião e disse: 'Se baterem em mulher, vão ter que bater em um idoso'. Depois uma mulher da minha idade disse: 'Eu não acredito que vocês estão fazendo isso com ela'".
Durante a discussão, o deputado tentou usar o fato de Ana ser ex-BBB para menosprezá-la. Para a jornalista, sua participação no reality não é um demérito. "Quando as pessoas não têm argumentos, elas tentam te tirar do sério. Para ele, talvez seria mais conveniente", argumenta.
Segundo o posicionamento de Ferreira, Ana teria o perseguido após o desembarque. A jornalista negou. "Mentira. Pode perguntar para quem estava lá. Eu saí primeiro do avião, tenho provas nos meus Stories. Eu fui direto pegar uma carona em um carro de aplicativo".
"Ele continua mentindo, mesmo com o vídeo. Posso sim ter chamado ele de pivete e de filho da put*, mas, para mim, isso é normal. Mas retiro o pivete", admite.
Quando você fala que um homem é um moleque, você retira toda a responsabilidade, e ele tem responsabilidade. Responsabilidade pelo crime que ele cometeu. Ele é um adulto, um parlamentar que precisa respeitar todas as leis.
Ana comenta sobre as ameaças que tem recebido desde a repercussão do caso. A jornalista acredita que, se fosse um homem, a situação seria inversa. "E se fosse um homem indagando sobre as responsabilidades de Nikolas no plenário da Câmara? Será que o Nikolas chamaria o homem de desequilibrado, simplesmente porque estou exigindo respeito?", questiona.
"As pessoas dizem: 'Se eram 200 pessoas contra uma, você não acha que está errada?'. Não, não acho. Qual brasileiro tem dinheiro para usar avião como transporte? Que tipo de brasileiro frequenta aeroportos?", indaga Ana. "Apenas pessoas privilegiadas que apoiam esse tipo de preconceito, porque no fundo elas têm medo, sabem que são medíocres e que não superiores a ninguém".
A jornalista ressalta que decidiu se impor contra o deputado federal por uma questão de consciência de classe. Ana entende o seu privilégio na sociedade e afirma que lutará pelas minorias.
"Não podemos nos esconder mais. Está sendo difícil, está sendo fod*. Eu não precisava ter feito isso. Mas fiz por todas as mulheres, todos os LGBTQIAPN+, todas as pessoas que já se sentiram menosprezadas".
Ana tem recebido uma série de ataques em suas redes sociais. A ex-BBB pontua que não deixará a situação passar em vão. Ela conta com o apoio de seu advogado. "Faremos boletim de ocorrência contra todas as agressões e ameaças, não ficará impune. Rede social não é terra de ninguém", arremata ela.
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